Capitulo Quatro
Ele acordou no dia seguinte sentindo seu corpo
relaxado, fazia tempo que não acordava com essa sensação. Ele não queria ter
essa sensação. O interfone tocou, e ele foi atender. Era sua advogada, ele se
trocou rapidamente a tempo de abrir a porta assim que a campainha tocou. Viu
Guinevere e Isabella, as duas entraram e ele fechou a porta.
- Está pronto para o trabalho?
– Isabella Perguntou. – Tenho coisas a fazer ainda.
- Estou.
- As 5 horas você deve ir ao
orfanato da cidade. Você vai fazer 2 horas de serviço comunitário la. –
Guinevere avisou.
- Que dias das semanas eu vou
ter que ir?
- De Quarta e Quinta.
...
- Você... – Arthur engoliu ao
seco antes de terminar a frase. Haviam deixado Guinevere em um local e estavam
seguindo para o tal trabalho.
- Eu? – Isabella perguntou.
- Ainda tem contato com os pais
dela? – Evitou falar seu nome.
- De Lua? – Foi direta e ele
sentiu seu corpo gelar.
- Sim. – Afirmou baixo.
- Mantenho. Não que isso lhe
interesse. E não tente ir pedir desculpas, eles te desprezam, eu o desprezo.
- Então por que está me ajudando?
- De alguma maneira, sinto que alguém
queria que eu fizesse isso. – Ela respondeu. – Alguém idiota o suficiente para
se apaixonar pelo cara mais mesquinho, frio e desprezível que já conheci.
E então ele lembrou...
“-
Existe crueldade pior que deixar uma pessoa viver nesse inferno de mundo? Será
que você ainda não entendeu? A morte não é nada comparada com a dor que as
pessoas nos fazem ter. E eu? Estou te machucando Luinha? Você já me ama o
suficiente para sentir seu coração ser esmagado com cada palavra que eu lhe
digo?
-
Você é o ser mais desprezível que eu já conheci.
-
Mais você continua me amando.” (...)
- É a segunda vez... – Ele disse.
- O que?
- Que falam que sou desprezível.
- E isso te abala?
- De certa forma.
- Esse é meu objetivo. – Ela estacionou,
ao desligar o carro o olhou. – Eu estou aqui por ela para te ajudar, mas por
mim vou o fazer sofrer, isso não é tão difícil já que você a perdeu para sempre.
Como é mesmo que você disse a ela? “A morte não é nada comparada com a dor que
as pessoas nos fazem ter.” Você a ama Arthur? A Ama o suficiente para sentir o
que for que exista ai dentro, ser esmagado com cada lembrança dela te olhando
nos olhos enquanto o sangue escorre pelas suas mãos?
- Como você... – Ele engoliu o
seco sentindo um incomodo incomum.
- Ela me contava sobre tudo.
Como ela o amava eu não sei. Mas agora eu estou aqui para te lembrar todos os
dias que você assassinou a única pessoa que lhe amava e te defendia em todo
esse mundo. Você jogou fora todo o amor que minha amiga tinha por você, você
pisou nela como um nada, e agora eu vou vingar cada lagrima que escorreu por
aquele rosto, vendo a dor em seus olhos, mesmo que sua boca não fale nada. –
Arthur olhou para frente. Aquela menina ao seu lado havia crescido, e em seus
olhos, ele enxergou o antigo Arthur frio e com sede de vingança, e então percebeu:
Apenas estava bebendo do seu próprio veneno.
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“Eu estava em meu armário quando uma menina chegou até mim. Eu tentei a
desprezar mais ela começou a falar comigo e eu apenas fui grosso. Era uma das
amigas da Lua, e provavelmente o assunto era sobre a mesma. Quando ela foi
embora tentei imaginar o que ela queria, será que ela também sabia sobre tudo?
Não, ela estava muito calma para isso. Nunca mais a veria, ela não seria idiota
de ainda querer chegar perto de mim, ela pode me entregar a qualquer momento
também. Eu fui cair justo nas mãos de uma menina do ensino fundamental,
sinceramente eu era muito idiota, eu devia matá-la, nunca fui de andar para
trás, de ter pena, de agir assim, tão normalmente. Eu podia estar enganado
sobre ela, e naquele momento a polícia podia estar a caminho, por que eu não
fugia?
Na saída novamente aquela menina entrou em
minha frente, e eu não sei por que, mais ela estava muito nervosa. Ela me
xingou, disse coisas que eu não entendia, pelo simples fato de não ter ao menos
tido uma conversa longa com Lua. Eu a deixei falando sozinha e fui andando para
casa”
(...)
Era exatamente 16:47. Ele entrava observando a
grande casa antiga e engoliu o seco. O silencio ali dentro era assustador, as
cores desbotadas das paredes eram cobertas por grandes quadros. Ao chegar na
recepção foi como se tudo viesse a tona, ele respirou fundo e seguiu até o
grande balcão, onde a pequena senhora, com seus 60 anos o encarou, seu olhar
sincero, confuso, cansado...
- Arthur! – Falou seu nome. Ele
esperou ela dizer algo. – Por que você fez aquilo? – E então ele sentiu seu ar
sumir e tudo que ele havia bloqueado em sua memória estava lutando para controlar
seus pensamentos, e ele estava fraco demais para que não deixasse isso
acontecer.
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anos atrás.
- Arthur! – A senhora chegou
até seu quarto. – Você deve ir almoçar junto com os outros.
- Não estou com fome. – O menino
respondeu.
- Mas você tem que ir querido,
é sua última semana aqui! Daqui poucos dias você fara 16 e sairá. Quero você
forte para enfrentar o mundo lá fora.
- Não sei se seria certo ser
forte... Da última vez que fui forte eu...
- Olhe para mim querido. – A mulher
sentou em sua cama e ele a olhou. – Esqueça o passado, tire a frieza desse seu
coração e seja o doce Arthur que eu tanto conheço. Eu sei o quanto difícil vai
ser querido, morar sozinho ouvindo o silêncio de uma casa vazia. Mas não ha de
demorar muito para você encontrar alguém para fazer do silêncio um grande espetáculo
de risos e alegrias. Quando esse pessoa chegar, eu quero que você a abrace e
não a deixe ir. Nunca a deixe ir!
(...)
- Desculpe! – Arthur disse
sentindo falta do chão, o olhar da mulher o fazia lembrar de tudo, Lua o
abraçando, ela implorando para que ele parasse, e ele simplesmente ignorando,
lembrou de suas últimas palavras, do sangue e do olhar que ele nunca mais
veria. – Eu a deixei ir...
Continua...
To com dó dele sofrendo tanto, ele merece porque o que ele fez foi bastante ruim, mas tadinho. A Lua podia tanto estar viva.
ResponderExcluirBy: Ale
Sem palavras para descrever este capítulo. Muito bom.
ResponderExcluirEstá muito boa! Mas continuo achando que a Lua está viva! Tomara q esteja mesmo porque nada haver uma web luar sem eles juntos!
ResponderExcluirObrigada por continuar a postar as web. Beijos
ResponderExcluirPosta mais .. Tomara que ela esteja viva
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