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terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Cap 17 - 1,2,3 "A Princesa Roubada"


Capítulo XVII.

“Sabe, na primeira vez em que conversamos, não entendi a sua diversão quando sua tia disse que seria meramente pequeno e discreto”, Lua murmurou para Arthur. Eles estavam de pé com Lady Gosforth aos pés da escadaria por quase uma hora, saudando os convidados que fluíam sem fim pela porta da frente. Afortunadamente Lua estava acostumado a isto: as recepções de estado de Zindarian não eram diferentes.
“Mas é, minha querida, positivamente simples”, Arthur replicou imitando o tom da tia.
Ela deu uma risadinha. Lady Gosforth dissera que era “apenas para alguns poucos íntimos” e tinha virado um jantar para mais de vinte casais. A “festa privada e pequena, com positivamente escassa” significava o máximo da elite que poderia ser espremido na grande casa em Mount Street.
Lua estava com humor maravilhoso. Arthur tinha flertado com ela por todo o jantar e ela estava se sentindo leve, excitada e ofegante. Ela não podia esperar pelo fim da noite, pelo momento em que eles estivessem finalmente a sós. Ela estava continuamente planejando na mente…
“Princesa Maria”, um homem de idade avançada vestido de modo extravagante fez uma reverência acima da mão dela, lembrando Lua de se concentrar na questão da mão. Com um esforço ela se recordou do nome dele. Ele tinha comparecido ao casamento dela — Sir Oswald Merri-qualquer coisa. “Como vai, Sir Oswald”, ela disse.
“Estou bem, obrigado, minha querida”. O velho cavalheiro sorriu para ela de maneira paternal. “Não há necessidade de perguntar à noiva vermelhada como ela está—você está florescendo, minha querida, positivamente florescendo! Você é um diabo sortudo, Aguiar!”.
“Obrigado, Sir Oswald, e obrigado por vir”, Arthur disse e, depois que Lua prometeu uma dança a ele, o velho cavalheiro partiu.
Depois de mais outra meia hora, a quantidade de convidados caiu para alguns gatos pingados e Lady Gosforth os dispensou. “Divirtam-se. Vão dançar, meus queridos”.
Uma pequena orquestra de corda tocava no salão do baile e como se tivesse sido arranjado, quando Lua e Arthur entraram no salão, eles executaram uma valsa. “Devemos, querida?”, Arthur perguntou a ela, e sem esperar pela resposta, a levou para dançar. A pista de dança esvaziou quando as pessoas se afastaram para assistir ao casal dançar.
Lua girou e girou nos braços de Arthur. O redor não era mais do que um borrão de cor e movimento, tudo que ela podia ver era Arthur. Com uma mão em seu ombro e a outra apertada em sua mão grande e morna, ela girou e girou, olhando nos olhos azuis dele, enquanto ela sentia como se seus pés estivessem flutuando pelo ar.
A primeira valsa, ela pensou.
“Mas não a última”, ele disse, lendo a mente dela.
Ela não queria pensar no futuro. Agora mesmo, estava mais feliz do que já tinha pensado ser possível.

“Então, você é a pequena viúva estrangeira que conseguiu levar Arthur Aguiar para o altar”, uma voz sensual atrás de Lua disse.
Lua girou, não tendo gostado muito de ter sido chamada de pequena viúva estrangeira. Uma loira desprezando-a parecida com uma estátua cujo vestido de cetim dourado parecia ter sido moldado em seu corpo. Ela era muito bonita.
“Desculpe, não entendi”, Disse Lua. “Nós já nos conhecemos?”.
A loira esticou três dedos preguiçosos. “Lady Anthea Soffington-Greene”. Ela observou Lua com um ar lânguido, de diversão desdenhosa. Lua se eriçou.
“O casamento de Arthur fez com que as senhoras da região ficassem de luto”, Lady Anthea disse lentamente. “Não a mim, porém”. Ela olhou de relance para o vestido de Lua, sorriu com afetação, e alisou o cetim dourado dos quadris. Seu vestido era cortado extremamente baixo; seus seios grandes e cheios eram quase completamente visíveis, quase como dois queijos com veias azuis grandes, Lua pensou.
Ela lembrava a Valquíria.
Lady Anthea acrescentou, “uma coisa pequena como um casamento precipitado não mudará o que há entre Arthur e mim”. Ela sorriu conscientemente.
Os punhos de Lua cerraram dentro das luvas de renda. Ela queria arrancar os olhos da mulher. “Meu marido já tem dona”, ela disse ferozmente, olhando a mulher nos olhos. “Porém, seus irmãos estão livres”. Ela olhou de relance através do salão para onde Harry estava de pé, alto e bonito, cercado por mulheres e descaradamente flertando. Ele não tinha dançado, ela notou, talvez porque tivesse vergonha de sua perna manca.
Nenhuma das mulheres eram meninas solteiras, ela percebeu chocada. Eram jovens esposas e glamorosas. Elas estariam caçando Harry por uma razão somente.
Lady Anthea riu. “Você quer dizer Harry, o Bastardo Deficiente?”.
Lua enrijeceu. “Se você estiver se referindo ao meu cunhado, Sr. Harry Morant, como ousa chamá-lo de aleijado na minha presença? E eu te direi que ele nasceu de um matrimônio!”.
Lady Anthea curvou uma sobrancelha e disse em tom sugestivo, “então você se aventura naqueles lados, é? Harry é um diabo bonito, concordo com você, mas Arthur é mais meu tipo de carne. Os dedos polegares dizem tudo”.
Lua viu tudo vermelho. Os dedos polegares de Arthur eram dela! “Meu marido não está no seu menu, Lady Anthea! Se você precisar de serviços, sugiro que aborde o Sr. Morant. Ele é gentil com animais, eu sei. Ele pode até ficar com pena de uma cadela quase pelada no cio!”.
Os olhos de Lady Anthea reluziam com ira, e ela deu um silvar de raiva. Lua se animou, pronta para a batalha, mas Arthur surgiu atrás dela e deslizou um braço ao redor de sua cintura.
“Lady Anthea, não é?”, ele disse suavemente. “Como vai você? Desculpe-nos, mas minha esposa é necessária em outro lugar”. E antes que Lua pudesse dizer uma palavra, ele a guiou firmemente para longe.
“Arthur, você conhece aquela mulher?”, Lua exigiu.
“Sim, eu a conheço, mas não, meu amor, no sentido bíblico”, ele disse enquanto a levava para fora no terraço. Ele a girou para encará-lo, o rosto vivo com diversão. “E lá estava eu me acotovelando para passar pela multidão no modo mais rude possível porque pensei que você poderia precisar ser defendida de uma das faladoras mais venenosas da elite”.
Lua franziu o cenho, cheia de suspeita para ele. “Você pensa que ela é um faladora venenosa?”.
“Eu sei que ela é”.
As palavras dele deixaram-na contente, mas ela não tinha acabado ainda. “Ela é muito bonita”.
Ele anuiu com a cabeça. “Muito bonita, sim, é. Para uma cadela quase pelada no cio”. Os olhos dele estavam dançando.
Ela estreitou os olhos para ele. Ele não precisava ter repetido. “Ela falou sobre os seus dedos polegares”, ela acusou.
Ele sorriu e colocou a bochecha dela entre as palmas de suas mãos. “Ela pode ter visto meus dedos polegares, mas te prometo que isto foi tudo que ela viu de mim. Eu não tocaria naquela mulher insuportável de jeito nenhum, deixe-a para lá, hmm, e todo o resto”.
“Nunca?”.
“Nunca. Nunca no passado e certamente não no futuro. Além disso, meu corpo é completa e exclusivamente dedicado a você—ou você já se esqueceu dos votos que eu fiz na igreja outro dia?”.
Acalmada, ela relaxou. O braço dele deslizou ao redor da cintura dela e a mão que estava na bochecha se moveu para a parte de trás da cabeça. Um dedo longo e forte acariciou a nuca dela, enviando calafrios deliciosos pelas suas costas. “Ela foi repugnante sobre Harry”, ela disse a ele.
O rosto dele endureceu. “Não fico surpreso. Ela é uma criatura maligna. Harry um dia foi irremediav—”, ele cessou bruscamente. “Mas isto é passado e, além disso, Harry é quem deve dizer, ou não. Você gostaria de comer um pouco?”.
“Em um minuto”, ela disse. Ela não tinha terminado ainda. “Lady Anthea me disse que todas as senhoras estavam de luto desde que você se casou”.
Ele deu um sorriso satisfeito consigo mesmo. “Bem, claro que estão. Eu sou um companheiro muito encantador. Muito bonito, também, estou informado”.
“Não tão bonito quanto os seus irmãos”, ela disse acabando com o entusiasmo dele.
“Sim, mas eles todos sentem pena de mim agora, sabendo que estou sob os dedos de um musaranho”.
“Um musaranho?”, ela disse indignada.
“Sim, mas um muito bonito, e me cansa de um jeito que me faz não ser de uso para nenhuma outra mulher”.
Estranhamente contente pelas palavras dele, ela o beijou.
Depois de um interlúdio muito satisfatório, ele murmurou, “Além disso, ela é uma criatura muito ciumenta e todas as outras damas estarão muito assustadas para zangá-la”.
“Ciumenta? Eu não sou ciumenta!”, ela o encarou chocada. “E eu nunca assustei ninguém”.
“Diga isso àquela Lady Anthea”, ele disse e a beijou novamente.
Depois disso, Lua ficou andando e dançando pelos céus. Ela nunca tinha se divertido tanto em uma festa. Arthur não a estava rondando, mas ele nunca estava a mais do que alguns passos e ela estava ciente dos olhos dele sobre ela ao longo da noite.
Rupert costumava observá-la, também, mas esperando que ela cometesse uma gafe, derrubasse algo, ou dissesse alguma coisa errada. Ela nunca se sentia confortável com Rupert observando-a. Isto era diferente.
Arthur observava-a para ter certeza de que ela estava se divertindo. Quando o copo dela estava vazio, ele aparecia para enchê-lo. Se ela estivesse entre grupos de pessoas, sem estar certa de com quem conversar a seguir, ele aparecia e a apresentava a alguém. Ou se ela estivesse ficando morta de tédio, Arthur chegava para salvá-la.
Nash, Micael e Rafe dançaram com ela, e eles e Harry foram todos muito atenciosos, tendo certeza de que ela tinha o que precisava, que não estava chateada ou se sentindo só nesta multidão de pessoas que não conhecia. Era maravilhoso ter homens tão altos e bonitos tomando conta dela. Lua nunca tinha se sentido tão bem em uma festa antes. Ela não estava à prova. Seu único trabalho era apenas se divertir.
Ela sorriu e anuiu a cabeça para a última pessoa maçante, um caçador fanático cujo nome ela tinha esquecido. Ele estava falando sem parar por dez minutos sobre os encantos da caça e os vários cavalos que possuía e todas as suas interessantes excentricidades que ela não tinha sido capaz de escapar. Ele era inflexível com sugestões e desculpas. Ao menos, ela achava que seu marido estava abrindo caminho na direção deles. O salvamento estava à mão.
 “Mas então”, disse o Lorde Caçador-Maluco, “estou falando sobre as minhas cavalgadas quando o que eu realmente gostaria de ouvir era sobre as suas, Princesa. Ouvir dizer que os cavalos de Zindaria são muito especiais”. Ele concordou com a cabeça jovialmente quando Arthur chegou e disse, “Como vai, Aguiar? A princesa aqui iria me contar sobre sua montaria favorita”.
Arthur, com os olhos dançando, disse suavemente, “sério? Não diga, Princesa”.
Ela o olhou diretamente nos olhos e disse, “eu frequentemente cavalgo, claro, e acho que é uma forma estimulante de exercício. Mas não cavalos. Nunca cavalos”. E com um sorriso doce para o senhor, saiu de fininho, deixando Arthur sufocado com seu champanha.
“Não cavalga cavalos?”, ela ouviu a pergunta do Lorde Caçador-Maluco. “Mas que raio de animal ela monta então?”.
Lua parou para ouvir o que o marido diria, sabendo muito bem que a única criatura que ela montava era ele mesmo.
“Camelos”, Arthur disse quando recuperou a compostura. “Ela é muito aficionada por camelos”.
O Lorde Caçador-Maluco girou e observou Lua surpreso. “Camelos? Bem, abençoada seja minha alma, isso é incrivelmente peculiar!”.
Lua ainda estava rindo quando Arthur a alcançou. “Atrevida”, ele disse. “Acho que a sua vitória sobre Lady Anthea subiu a sua cabeça”.
Não, Lua pensou, era Arthur Aguiar que tinha subido à cabeça dela. Ela estava borbulhando, como o champanha que tinha em seu sangue.
Ela fingiu considerar, observando-o do cabelo até o dedão do pé de uma maneira pensativa. “Você é quase como um camelo”, ela começou e então congelou com um movimento além do ombro dele que chamou sua atenção. Ela apertou os dedos no braço dele.
“Conde Anton!”.
Enquanto ela falava, o conde manchava através do salão. Ele se curvou elegantemente, apreciando o desconforto dela.
Lua cerrou os punhos. “Como ele ousa vir a nossa festa de casamento!”.
“Temo que tenha sido minha culpa”, Nash disse, surgindo por detrás deles. “Eu notifiquei o Consulado Estrangeiro e a Embaixada de Zindarian de seu casamento imediatamente. Eu deveria ter imaginado que o conde acharia um jeito de entrar na festa”.
“Eu não o quero aqui. Nós não podemos expulsá-lo?”, ela pediu a Thur.
“Não sem fazer uma cena e mortificar Tia Maude”, Nash disse depressa, vendo que Arthur parecia bastante disposto a fazer exatamente isto. “O conde é convidado do embaixador austríaco. Ele escoltou a esposa do embaixador até aqui, a Princesa Esterhazy, uma líder muito influente da elite—ela é uma dos mecenas do Almacks. Se você expulsar o conde, ela ficará mortalmente ofendida e descontará em Tia Maudie”.
 Lua franziu o cenho. “Então eu direi a ele que saia—muito educadamente—e você não precisa parecer tão preocupado Nash, eu sou a cortesia em pessoa—”
“Lady Anthea pode garantir isto”, Thur murmurou.
Lua lançou um olhar fulminante para ele. “O conde Anton não é assunto para fazer piada”.
“Não é, eu sei”, Arthur disse ternamente. “Mas lembre-se, ele não poderá fazer nada com você aqui. Nós paramos o movimento legal dele para ter Nicky de volta e ele está cercado por algumas das pessoas mais influentes na Inglaterra. E estamos aqui eu, Harry, Rafe, Micael, Chay e Nash”. Ele gesticulou para onde Harry e Rafe se posicionaram, cada um de um lado do Conde— não obviamente, mas com intenção clara de proteção. Chay, como Lua sabia, estava em cima com Mel e os meninos.
Arthur deslizou um braço ao redor da cintura dela. “Não o deixaremos tocar em você, então não há necessidade de ter medo”.
“Eu não tenho medo daquela serpente”, Lua declarou, e de repente percebeu que realmente queria dizer isto. Ela não tinha mais medo dele. Não desde o momento em que Arthur tinha dado a ela o cabo da espada. E então tinha se oferecido para matá-lo por ela.
Ela respirou fundo e disse com dignidade, “eu meramente desejo não ter minha festa deteriorada por sua presença vil”.
Ela andou através do salão em direção ao Conde.
Harry entrou na frente dela. “Está na hora de comer, não é? Eu devo escoltá-la”. Ele ofereceu um braço a ela.
Lua piscou para ele, surpresa. “Não, obrigada, Harry, eu já comi”, ela disse a ele e fez um movimento para voltar a andar.
Novamente ele entrou na frente dela, bloqueando seu caminho. “Então você quer dançar?”.
Ela olhou fixamente para ele. “Mas você não dançou uma única vez a noite toda”.
“Sim, verdade, mas me sinto como vontade de dançar agora”, ele disse friamente. “Uma dança com minha cunhada adorável. Para celebrar o casamento. Você não pode me negar isto”.
“Harry, você talvez esteja tentando me impedir de conversar com o conde?”.
Ele deu seu um olhar opaco. “Por que eu faria isto?”.
“Não tenho a mínima ideia. Oh, olhe, ali vem Lady Gosforth com uma jovem dama para dançar com você”. A cabeça dele virou e ela se aproveitou da distração momentânea para dar a volta por ele e chegar ao conde.
“Princesa Maria”, o conde ronronou quando ela o alcançou. Ele fez uma reverência perfeitamente correta que, de alguma maneira, conseguiu soar insolente. “Fui informado de que você achou alguém com quem se casar. O terceiro filho jovem, fui informado, e cheio de uma fortuna vil”. Ele sorriu.
Ela estava ciente de Arthur atrás dela. E Harry, Rafe, Micael e Nash. Ela estava profundamente movida pelo suporte imediato e inquestionável deles.
Ela deu ao conde um olhar frio e disse simplesmente, “é isso mesmo, você pode me congratular antes de partir”.
Ele arqueou uma sobrancelha incrédula, como se estivesse surpreendido pela ousadia dela. “Creio que a chamada felicidade deva ser vista”.
“Do que você duvida? Da minha felicidade ou de que você está partindo? Não há nenhuma dúvida em nenhuma das duas opções”, Lua disse serenamente. Ela não tinha nenhuma dúvida no mundo de sua felicidade agora. Ela olhou para o conde e claramente disse, “adeus”.
Ele corou um pouco, ciente das pessoas que estavam ouvindo a conversa. Era óbvio pela atitude dela, pelo modo como o tinha enfrentado, que algo estava acontecendo, sem mencionar os cinco homens que estavam de pé, protetoramente, atrás dela.
Os lábios dele se curvaram. “Olhe para você com esse belo cabelo, ostentando esta tiara estúpida com joias de zircônia—patético! O que diriam todos os seus elegantes amigos se soubessem que isso é sem val—”
As mãos dela voaram até a tiara. “Como você sa—”, ela cessou bruscamente.
“Sabia?”, ele zombou. “Rupert, claro. Ele costumava rir dela—todos nós fazíamos”.
Arthur avançou. “Então ele era um tolo. Todos vocês eram. Esta tiara, assim como a mulher que a usa, é sem igual e inestimável”.
“Inestimável”, o Conde Anton ridicularizou.
“Você não acha que o filho mais jovem com uma fortuna vil não averiguaria esse tipo de coisa antes de casar com a dona?”, Arthur disse com a voz dura.
Lua olhou para ele em choque.
O sorriso morreu no rosto do Conde Anton. Ele olhou de Arthur para a tiara, para Lua e de volta para Arthur.
Thur descansou as mãos nos ombros de Lua. “Ela pode ter dito às pessoas que os diamantes são de zircônia e sem valor, mas eu não sou tão facilmente enganado. Você pode acreditar em mim, esta tiara é inestimável”.
O conde o encarou.
“Agora”, Arthur disse suavemente, “minha esposa te pediu para partir. Adeus”.
Empacado, ciente dos olhares nele, o conde não teve alternativa a não ser sair com toda a graça que pôde reunir. Ele deu a eles um sorriso orgulhoso. “Eu irei então, já que vocês se comportam de forma tão enfadonha, mas perceberão logo que Conde Anton não é tão facilmente derrotado”.
Eles o observaram ir. “Eu não gosto daquele sorriso”, Arthur disse.
“Eu não gosto de nada nele”, Harry disse. “Pequena doninha dourada”. Todos riram.
O conde ouviu, também, e se virou para jogar neles um olhar cheio de fúria.

Mais tarde nessa noite quando eles ficaram a sós por um momento, Lua disse a Arthur, “eu não menti para você sobre a tiara, ela realmente é de zircônia”.
“Eu sei”, ele disse.
“Mas, por que você disse que era inestimável?”.
“Porque a tiara da sua mãe é inestimável para você. E se é para você, então também é para mim. Agora, você gostaria de uma bebida? Foi uma noite cheia de eventos. Acho que outro champanha é necessário”.
Lua olhou fixamente para ele. Ele não tinha nenhuma ideia de quanto as suas palavras significavam para ela. Com  isso ele tinha mostrado que sempre estaria ao lado dela quando ela precisasse. “Arthur”, ela disse quando ele estava a ponto de sair para ir buscar a bebida.
“Sim?”.
Ela o beijou. “Eu não veja a hora da festa terminar”.
Ele pareceu surpreso. “Você não está se divertindo?”.
“Oh, sim, estou. Tem sido maravilhoso. Só que estou muito ansiosa… para …hm…”, ela corou.
Os olhos dele dançavam. “Xadrez?”, ele disse suavemente.
“Sim”. E dizer a ele que o amava.

Não se podia dizer que o resto da noite tinha se arrastado, mas Lua estava contente por finalmente as pessoas começaram a partir. Era muito tarde. A festa tinha sido um grande sucesso. Ela estava de pé com Lady Gosforth agradecendo e dando adeus às pessoas; ela sorriu, sorriu e desejou que fossem embora.
Finalmente estava terminado. “Vou subir rapidinho e ver o Nicky”, Lua disse a Arthur. “Não demorarei”.
Ele anuiu com a cabeça. Estava acostumado com a rotina. Verificar o filho era a última coisa que ela fazia todas as noites. Ela subiu apressada os degraus para o terceiro andar e andou nas pontas dos pés até o quarto de Nicky, para não despertá-lo.
O quarto estava vazio. Lua olhou fixamente, sem acreditar, para as duas camas com as cobertas puxadas para trás, a janela aberta, e o filho sumido. Ela sentiu os lençóis. Frios.
Ela voou para os quartos contíguos—primeiro para o de Harry, e então para o de Chay. Nenhum sinal de Nicky. Ela correu para o quarto de Mel e a achou com Chay olhando um livro. “Onde está Nicky?”, ela disse ofegante.
“Na cama, adormecido”, Mel disse. “Por quê?”.
“Ele não está lá. Nenhum dos meninos está. E as camas estão frias”.
“Mas eles deveriam estar”, Mel disse chocada. “Eu verifiquei ambos aproximadamente às onze horas. Eles estavam dormindo profundamente”.
Lua olhou para o relógio. Já passava das duas horas.
Ela correu de volta para o quarto dos meninos e gritou “Nickyyyy!”, para o lado de fora da janela. Mas não houve nenhuma resposta. O filho dela tinha desaparecido.

Com o som do grito dela Thur subiu os degraus, dois de cada vez. Harry e os outros o seguiram.
“O que foi?”, mas as camas frias e vazias e a angústia de Lua disseram tudo. Ele observou o lado de fora da janela aberta e achou uma corda oscilando, vinda do telhado.
Harry, que estava de pé ao lado do guarda-roupa, ouviu um som fraco. Ele destrancou a porta e um pacote caiu. Era Jim, amarrado, amordaçado e embrulhado em uma colcha. Harry depressa o livrou.
“Eles levaram Nicky!”, Jim ofegou no momento em que cuspiu a mordaça. “Nós estávamos adormecidos e quando acordei não pude dizer nadica”. O rosto dele se enrugou enquanto olhava para Lua. “Eu sinto muito, madame, de verdade. Eu te desapontei—”
Lua agitou a cabeça. Ela não conseguia falar nada, Arthur percebeu.
“Quem eram eles, Jim, você conseguiu ver?”.
“Dois homens. Estrangeiros. Amarraram a gente, então um ‘passô’ o Nicky pela janela para o outro, e então eu fui jogado dentro do guarda-roupa”.
Thur olhou de relance para a corda. “Eles devem tê-lo levado através do telhado. Mas por quê?”.
Lua gemeu. Thur a agarrou pelos ombros. “Escute! Se eles levaram Nicky, devem mantê-lo vivo!”.
Ela olhou fixa e inexpressivamente para ele. “Por quê?”.
“Eu não sei, mas teria sido mais fácil cortas as gargantas dos meninos enquanto eles estavam dormindo. Eles não fizeram isso, então querem Nicky vivo”.
A cor pálida voltou às bochechas dela.
Thur desejava mais que tudo que estivesse certo. Ele se virou para Jim. “Há quanto tempo foi isto?”.
Jim agitou a cabeça, o rosto contraído com angústia. “’Num’ sei, senhor”.
“Mel verificou os meninos ao redor das onze”, Chay disse. “Então, alguma hora entre as últimas três horas”.
“Eu levei o cachorro para o andar de baixo para fazer suas necessidades depois”, Mel confessou, quase em lágrimas. “E então Chay veio me procurar, e eu deixei o cachorro no jardim. Se eu soub—”
“Não tem importância”, Thur a interrompeu. “O conde, Nash, onde ele está ficando?”.
“Não tenho certeza. Com os Esterhazys, creio”.
“Certos, nós começaremos por lá. Chay, sele os cavalos. Harry, me empreste um par de botas de montaria”. Os outros se apressaram para obedecer às ordens dele. Thur seguia, mas então parou quando a viu; Lua estava contra a parede, com olhar congelado e trágico.
Thur não conseguiu aguentar. Ela tinha se casado com ele com uma razão somente: porque ele tinha jurado proteger o filho dela. E ele falhara.
Thur agarrou as mãos dela. “Eu sinto muito”, ele disse urgentemente, “mas eu o encontrarei, prometo a você”.
Ela deu a ele um olhar congelado.
“Eu prometo a você”, Thur disse, e com um último gesto desesperado beijou-a firmemente na boca e entrou no quarto de Harry, tirando a calça comprida de noite e o casaco quase antes de chegar à porta.
Ela o seguia. “O que você está fazendo?”.
“Trocando para as minhas buckskins de equitação—ou melhor, para as de Harry. Não conseguirei montar com as roupas de noite—nenhuma flexibilidade—e vai me tomar muito tempo buscar as minhas”. Harry deu a ele um par de botas de montar e ele as colocou. “É uma boa coisa termos o mesmo tamanho”.
Ele correu os degraus abaixo, gritando para Sprotton. “Droga, os cavalos já estão aqui?”.
“A qualquer momento, senhor”. Sprotton estalou de repente os dedos e um criado correu para a rua para olhar.
Chay, Rafe, Nash, Micael e Harry estavam todos em roupas de montaria, ela percebeu. “O que vocês todos estão fazendo?”.
“Seguindo eles, claro”.
“Eu vou também”, Lua disse.
“Você não pode”, Thur disse bruscamente. “Vai diminuir nossa velocidade”.
Ela olhou fixamente para ele, agoniada, sabendo que ele estava certo. Mas como ela conseguiria esperar, impotente, sem saber de nada?
“Eu a levarei”, Harry disse a Thur. “Nós seguiremos no curricle”.
Lua lançou a ele um olhar agradecido e olhou para Arthur. “Por favor. Eu enlouquecerei se não for”.
Ele suspirou. “Certo. Sprotton, diga aos estábulos que nós precisamos do curricle e o dos cinzas, de uma vez”. Ele estalou de repente os dedos e um criado foi correndo.
“Estará frio no curricle. Você deve usar meu capote”, Lady Gosforth disse. “Sprotton, vá buscar meu capote de pele”.
“Imediatamente, minha senhora”, disse Sprotton, e uma empregada foi buscá-lo rapidamente.
Thur virou para Harry e disse com a voz baixa, urgente. “Cuide dela para mim, irmão. Ela é a minha vida!”.
Harry anuiu com a cabeça. “Eu sei”.
Lua piscou. Ele tinha dito “esposa”, ou “vida”? (*) Mas ele se fora com Chay, Rafe, Micael e Nash com ele, galopando rua abaixo.
Agitada, ela conseguiu se recompor. Ela puxou Lady Gosforth de lado. “Você tem uma pistola para me emprestar? Eu vou matar aquele homem”.
“Quem, meu sobrinho?”, Lady Gosforth exclamou chocada.
“Não, claro que não! Eu amo seu sobrinho. É o Conde Anton quem eu vou matar”.
O rosto de Lady Gosforth desanuviou. “Bem, nesse caso, por Javé, eu tenho. Sprotton, vá buscar minha pistola. E certifique-se de que esteja carregada”.
“Agora mesmo, minha senhora”, Sprotton disse, e um criado foi correndo.

 (*) Wife = esposa; life= vida. Lua ficou em dúvida por causa do som parecido das palavras.

O criado e as duas empregadas chegaram ao mesmo tempo, o criado com um estojo contendo uma minúscula pistola, e uma empregada trazendo um capote de zibelina enorme e outro trazendo uma bolsa pequena. “Apenas uma muda de roupas e algumas outras necessidades”, a menina disse a Lua, passando-a para um criado no curricle.
“Boa ideia, aquele gel”, Lady Gosforth declarou aprovativamente.


O curricle e os cinzas chegaram à porta da frente. Lua beijou Lady Gosforth e disse, “cuide de Mel e Jim para mim. E obrigada por tudo”. Harry ajudou-a a subir e em alguns momentos eles tinham saído, seguindo Thur para a residência dos Esterhazy.

Thur esporeou o cavalo ao longo da estrada, seguido por Rafe, Micael, Nash e Chay. Seu rosto estava sinistro. Estava furioso consigo mesmo. Ele devia ter tomado mais cuidado, deveria ter pensado que aqueles sequestradores pudessem alcançá-lo através do telhado durante a noite. Ele tinha estado tão ocupado em tentar seduzir a mãe, que tinha se esquecido que seu casamento existia somente por causa da criança.
Ela tinha pedido apenas uma coisa dele: que protegesse o menino dela.
E ele tinha falhado. Tinha falhado com Nicky. E falhado consigo mesmo.
Não havia nenhuma chance de que ela viesse a amá-lo. E ele não poderia culpá-la.
Ele pensou em Nicky nas mãos daquele diabo sorridente. Ele estava cheio de raiva fria, consigo mesmo e com o Conde Anton também. Nicky era um pequeno menino tão valente, tão brilhante e cheio de coragem, Thur ficava doente ao pensar no menino nas mãos do conde.
Aonde aquele diabo o estaria levando? E com qual propósito?
Ele podia pensar em pelo menos uma razão para que Nicky tivesse sido levado vivo; se não houvesse corpo, não poderia ser provado o assassinato.
Por outro lado, sem um corpo, o conde não poderia subir ao trono em menos de sete anos. Thur ficava repetindo isso para si mesmo.
Chegando à casa do embaixador austríaco, eles bateram na porta até que alguém veio abri-la. Thur forçou entrada. “Onde está o Conde Anton?”, ele exigiu.
Os empregados vieram correndo para enfrentá-lo, mas ao pensar em confrontar cinco cavalheiros altos e bravos, eles hesitaram.
“Conde Anton—onde ele está?”, Thur rosnou.
“O que quer dizer esta intrusão?”, o próprio embaixador, Príncipe Esterhazy, desceu os degraus, usando um robe esplendidamente bordado. Ele estava acompanhado por vários guardas. Reconhecendo Thur, ele franziu o cenho e acenou para os guardas voltarem.
“Com que direito entra na minha casa gritando e brigando, Aguiar?”, seu olhar frio observava os outros. Quando viu Nash uma sobrancelha se ergueu mais alto.
“Um assunto de extrema urgência. Onde está o Conde Anton?”, Thur exigiu.
O embaixador encarou Thur. “Se é da sua conta, ele partiu. Foi chamado de repente. Mas—”
“Chamado? Para onde?”.
“Zindaria. Mas—”
“Para o barco?”, Nash perguntou. Ele girou para Thur. “Nós o estávamos vigiando. Estava atracado em Dover dois dias atrás”. Ele se voltou para o embaixador. “Então ele estava indo para seu barco em Dover?”.
“Creio que sim”, o embaixador disse impacientemente. “Devo reclamar ao seu governo quanto a essa invasão—”
“Faça isto”, Thur disse à medida que partia. “E então explique por que seu convidado sequestrou uma criança de sete anos de idade—o príncipe herdeiro de Zindaria—de sua cama no meio da noite!”
“O que você quer dizer com sequestrou uma criança? Ele não poderia—”, o embaixador começou, mas Thur não ficou para escutar. Quando o embaixador terminou sua frase, Thur estava trovejando estrada abaixo, montando como se o diabo estivesse atrás dele.
Mas o diabo estava adiante. Com uma criança de sete anos de idade em seu poder.

O curricle parou fora da residência de Esterhazy. Harry saltou, observou algumas marcas no pavimento sob a luminária a gás, então subiu novamente no curricle e estalou de repente as rédeas.
“Aonde nós vamos agora?”, Lua perguntou.
“Dover”.
“Como você sabe para onde eles estão indo?”.
Ele virou a cabeça para o pavimento. “Rafe deixou uma nota com giz. Ele sempre costumava fazer isso quando estávamos no exército. Algumas vezes falha quando chove”. Ele deu a ela um sorriso rápido. “Que bom que o tempo limpou, não é?”.
Ela anuiu com a cabeça. “Você acha que Nicky vai morrer, não é?”.
“Não!”, ele pareceu chocado. “Por que diabos está pensando esse tipo de coisa? Pare de uma vez. Thur o trará de volta”.
“Você realmente acredita nisto?”.
“Sim”, ele disse simplesmente. “Quando Thur resolve algo, nada o impede”.
Harry pôs um braço ao redor dela para firmá-la enquanto eles balançavam ao virar uma esquina. “É melhor que você se segure no meu braço de agora em diante”, ele disse a ela. “Estou indo rápido e se nós batermos em algo, você sairá voando a menos que esteja firme”.
Ela deslizou um braço pelo dele, se segurando. O calor firme dele era reconfortante.
“Você realmente falou a sério, não é?”, Harry perguntou depois de um tempo.
“Sobre o quê?”.
“Quando disse a Tia Maude lá atrás. Que ama o meu irmão”.
“Claro que disse”.
“Embora ele não tenha protegido Nicky?”.
Ela girou o rosto chocado na direção dele. “Não foi culpa dele. Foi minha. Fui eu quem provocou o Conde Anton—”
“Tolice”, Harry cortou-a abruptamente. “Aquilo custou muito planejamento. Ele tinha o plano pronto muito antes de você ter dito uma palavra a ele. Não foi por sua causa mesmo. Mas era trabalho do Thur proteger Nicky e ele arruinou tudo. Mas ainda assim você diz que o ama?”.
Lua estava chocada pela visão simplista dele das coisas. “É nisso que você acha que Arthur acredita? Que se ele falhar, eu deixaria de amá-lo?”.
“Claro”.
“Bem, eu não irei. Que tipo de amor é esse que trata tudo como um teste? Se ele — se ele falhar, eu o precisarei mais do que tud—”, a voz dela desafinou.
Harry cobriu a mão dela com a sua e bateu levemente. “Não se preocupe”, ele disse asperamente. “Ele devolverá Nicky a você”.
“Sim, sim, eu sei que irá”, ela disse, tentando pensar positivamente. Ela desviou o olhar para a noite escura e rezou para que o filho e o homem que amava retornassem sãos e salvos.
Ela precisava desesperadamente abraçá-los para ter certeza de que estavam bens. Ambos.

As luzes de Londres estavam atrás de Thur agora. O notório Black Heath estava a pouca distância adiante. Ladrões a cavalo, ladrões de estrada e todos os tipos de criminosos espreitavam na terra de pântano selvagem, matando a tiros os viajantes solitários.
Thur estava a alguns quilômetros à frente dos outros, graças à velocidade de Trojan, sua histamina e seu coração grande. Os outros tinham sido forçados a ir com quaisquer cavalos que estivessem nos estábulos de Lady Gosforth.
Mas mesmo Trojan estava cansando. Thur tinha que pegar um cavalo descansado logo, talvez em Rochester, no outro lado do brejo. Havia um estábulo que alugava cavalos lá, ele se recordava.
Ele avançou. Tinha que alcançá-los antes que o conde chegasse ao barco. Uma vez que o iate partisse, eles não sabiam aonde ele levaria Nicky. Ele não podia acreditar que o conde fizesse tudo isso apenas para levar Nicky de volta a Zindaria. Todos os tipos de possibilidades passavam pela mente de Thur. O menino podia ser vendido para ser escravo, colocado em galés, lançado ao mar…
Mas o conde precisaria de um corpo antes de poder herdar o trono. O que quer que ele estivesse planejando, tinha que parecer natural. Esse era seu plano, levar Nicky de volta para Zindaria, deixar que algumas pessoas o vissem, e então… outra dose de leite envenenado? Apesar da ideia ser terrível, o pensamento era quase tranquilizante. Daria a Thur mais tempo para alcançá-los.
Ele alcançou Black Heath mas não afrouxou o passo. Era uma noite bonita e brilhante com a estrada adiante clara. As áreas com vegetação baixa eram as de maior perigo. As pistolas dele estavam engatilhadas e prontas. Se houvessem ladrões a pé, ele estaria pronto para eles.
Trojan estava bufando firme, então Thur diminuiu a velocidade para um trote rápido. Ele percebeu um movimento adiante. Thur estreitou os olhos mas a lua tinha escolhido aquele momento para deslizar atrás das nuvens. Ele retirou uma pistola e continuou seguindo caminho, mantendo o olhar cauteloso.
Ele ouviu antes de ver, um cavalo, vindo rápido, diretamente na sua direção. Ele parou Trojan na lateral da estrada, armado com a pistola e esperou.
O cavalo vinha mais perto e mais perto. Thur franziu o cenho. Ele mal podia ver o cavaleiro. Ele devia estar deitado ao longo do pescoço do cavalo. Malditos enganadores, ladrões a cavalo.
O cavalo estava quase sobre ele. Thur ergueu a pistola justamente quando a lua apareceu. O luar se refletia no cano da arma.

“Sr. Aguiar, não atire!”, uma voz fina e alta gritou. “Sou eu, Nicky. Eu escapei!”.

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