Mini-Fic "Meu Mundo"

Capitulo Único

As ruas vazias iluminada apenas pela lua cheia, ela andava com os olhos cerrados tentando não fecha-lo por inteiro. Raramente passava um carro ou outro a fazendo tampar os olhos por conta da claridade.

(...)

- Papai? - john sussurrou.
- Oi John! - Arthur olhou o menino de 5 anos deitado ao seu lado na cama.
- Quando mamãe chegar ela não irá se importar de eu estar no lugar dela na cama? 
- Não. Agora durma, amanhã você tem escola. - acariciou os cabelos do filho.

(...)

Lua mordeu os lábios segurando no corrimão da escada tentando se equilibrar. Parou na frente da porta e procurou as chaves no bolso, não achou então foi ver embaixo do vaso que havia na varando pegando a chave reserva. Depois de minutos tentando encaixar a chave ela finalmente acertou. Tentou abrir a porta mais não havia força, começou a empurrar sem noção e então pegou na maçaneta a abaixando empurrando a porta, se desequilibrando e caindo. 

(...)

Arthur ouviu um barulho na sala e olhou pro filho certificando-se que ele havia dormido. Se levantou devagar e foi até a sala a encontrando tentando se levantar. Ele suspirou e foi até a mulher a ajudando.

- Eu quero dormir. - Ela resmungava.
- Senta. - Ele tentava a sentar no sofá.
- Eu quero ir dormir. - Reclamava e tentava o empurrar.
- Lua! Fique quieta. - Ele tirou os saltos dela. 
- Me deixa dormir? - Ele a olhou acariciando seu rosto.
- Vamos tomar um banho primeiro esta bem? - Sorriu fraco.

Ele a levou para o banheiro e a despiu a colocando embaixo do chuveiro.

- Ta gelado. - Ela reclamava. - Me deixa sair. - Ela tentava o empurrar. - Ta gelado. - O empurrava, ela dava socos no peito dele tentando sair do box. - Eu quero sair. - O empurrou forte e ela quase escorregou, ele a segurou e a puxou pra si a abraçando. - Eu quero sair. Me deixa sair. - Ele ouvia aquilo e a apertava mais no abraço. Ele já estava todo encharcado por conta da agua que caia em seus corpos. A agua estava fria fazendo ele sentir as roupas geladas o fazer tremer. Isso não era uma surpresa para ele, desde aquele maldito dia sua vida tornou um inferno. Só Deus sabia o quanto ele amava aquela mulher e o quanto doía vê-la daquele jeito. - Quero dormir.
- Xiiih' Amor! - Passou a mão em seus cabelos. - Daqui a pouco. Fungou.
- Você esta chorando? - Ela tentou sair do abraço mais ele a apertou mais.
- Não querida! - Apertou os lábios segurando as outras lagrimas que vinham.

(...)

Ele a enrolou na toalha e levou pro quarto.

- John esta na cama, não faça barulho. - Arthur pediu, a secou e colocou uma camisola na mulher. - Vem. - A guiou até a cama e a ajudou a deitar ao lado do filho. - Vou trazer um remédio para você. 

Ele foi até a cozinha e pegou um remédio e agua. Chegou no quarto e deu a mulher, ela tomou e ele se sentou em uma poltrona em frente a ela.

- Durma. - Ele disse. Os minutos passavam e ele apenas observava a mulher que dormia, sabia o que vinha a seguir o silêncio e logo os soluços da mulher que acabará de acordar, ele apenas a olhava chorar baixo e se mantinha firme naquela poltrona, e então quando ela acabasse e finalmente dormisse ele se cobriria e acharia uma melhor maneira de dormir ali.

(...)

- Pegou sua lancheira? - Arthur certificava que a mochila do filho estava completa. 
- Peguei papai. - Ouviram a buzina do ônibus escolar. 
- Vamos então. - Pegou o filho no colo e sua mochila. Levou ele até a porta do ônibus o colocando no primeiro degrau. - Boa aula. Até mais tarde. - deu a mochila pro filho lhe dando um beijo.
- Te amo papai. - Abraçou o pai.
- Eu também.

Arthur viu o ônibus partindo e entrou dentro de casa.

(...)

- Eu não sei mais o que fazer. - Arthur conversava com Lana, irmã de Lua.
- Procure não a dar mais liberdade Arthur.
- Eu tento, mais quando chego ela já não esta mais aqui. 

Lua apareceu na sala pronta pronta pro trabalho. Olhou Lana e Arthur.

- Vai tomar café. - Arthur falou.
- Estou atrasada, você não me chamou. 
- Você não vai trabalhar Lua. - Arthur disse.
- Claro que vou. 
- Não. Hoje eu vou ficar aqui com você. - Lana falou.
- Olha, eu preciso ir. - Lua desprezou o comentário e ia sair, Arthur se levantou e ficou em sua frente a impedindo. - Arthur!
- Você não vai ir trabalhar. 
- O que mais... - Olhou Arthur e depois Lana. - Vocês não podem me trancar. - Arthur pegou duas chaves e abriu a porta. - Arthur! - Ele saia ouvindo a mulher o chamar chorando. Ele trancou a porta por fora e Lua batia no vidro chorando. Arthur viu ela indo pra janela e seguiu chegando e a impedindo.
- Se eu chegar aqui e você não estiver, eu lhe juro Lua, eu pego minhas coisas e de John e vamos embora. Se você não quiser perder eu e nosso filho, não saia dessa casa. - Ele olhou no fundo dos olhos dela. - Eu juro. - Lua se afastou da janela assustada e limpou as lagrimas vendo Arthur seguir pro seu carro e ir.

(...)

O silêncio da casa reinava, Lana observava Lua e seus sinais de nervosismo e desespero. Lana era psicóloga. Lua mordia constantemente os lábios e batia os dedos no sofá, suas unhas roídas e suas pernas inquietas. 

- Sábado teve um jantar na casa da mamãe, todos estavam lá. Mary anunciou o casamento. - Lua a olhou. - Você era a única que faltava.
- Não me convidaram. 
- convidaram sim, Mary mesmo veio falar com Arthur, mais ele apenas lhe deu parabéns e falou que não poderiam ir, ela quis saber o por que, e sabe por que ele não foi Lua? Por que ele não queria que VOCÊ estragasse um momento em família, pois já basta você esta estragando sua própria família, não deixaria você acabar com a felicidade dos outros. - Lua engoliu o seco. - Olha no que você se transformou Lua. Arthur me conta, me liga todo dia. Seu filho Lua, aquele que você dizia amar.
- Eu amo meu filho.
- Então por que faz isso? Por que todas as noites seu filho foge pra cama do pai, para dormir no seu travesseiro para ter algo que representasse sua presença e acabe com a saudade dele? Não acabe com sua família irmã. Você tem um marido que te ama, e um filho maravilhoso. Não deixe que aquele dia te assombre. Eu nunca vou saber o que é perder um filho, eu sei, mais sei que isso pode mudar, você pode esquecer isso, e lembrar apenas os momentos bons. Aquele acidente não foi sua culpa, você nunca faria aquilo para machucar sua própria filhinha Lua. Não se lamente tanto. Lute pela sua família Lua. Antes que você a perca de uma vez por todas. Faz 3 anos que Arthur não sabe o que é dormir, o que é uma vida, e sei que você também não. 

(...)

Arthur dirigia enquanto ouvia o filho contar sobre seu dia na escola, tentava prestar a atenção, pedia a Deus para que Lua ainda estivesse em casa. Estacionou o carro e desceu tirando John que correu para a porta, Arthur destravou a porta e abriu, John entrou e Arthur em seguida.

- Mamãe! - John correu até Lua.
- Oi filho. - O abraçou apertado. - Mamãe o que é isso? - John perguntou olhando uma mala ao lado de Lua. 
- Mamãe vai passar uns dias fora. - Olhou Arthur. 
- Mais você pode ir visita-la. - Lana falou sorrindo.
- Você esta indo embora mamãe?
- Não filho, mamãe só vai passar uns dias em um lugar super legal. 
- John vamos com a tia levar a mala da mamãe pro carro? - O menino fez que sim e desceu do coloca da mãe acompanhando a tia. Lua limpou as lagrimas e foi até Arthur.
- Me desculpa. Me desculpa. - O Abraçou. - Me desculpa por favor. - Arthur a abraçou. 
- Esta tudo bem. - ela chorava. - Xiih Amor! Vai ficar tudo bem. 
- Eu não queria.
- Eu sei. Você vai ficar bem. Nós vamos te esperar. Eu prometo!

(3 meses depois)

Respirou fundo seguindo pelo jardim até o portão principal, olhou para aquele lugar que foi seu lar por meses, e então a saída, um recomeço e uma luta contra tudo que havia por trás daqueles muros. Um mundo! 

- Mamãe! - Lua olhou para frente vendo as pessoas mais importantes de sua vida e sorriu. Abriu os braços recebendo todo o seu mundo e sua vida de volta!

#TheEnd