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segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Cap 6-3 "A Princesa Roubada"


Parte 3

Havia um cruzamento adiante e Arthur usou o espaço extra para girar o curricle. “Nicky, espero que você se lembre de como te ensinei porque precisarei que você dirija na volta—”
“Eu posso dirigir”, Lua disse a ele. “Eu não gosto de dirigir mas Rupert—meu marido—me fez aprender”.
“Excelente, nesse caso, você deve dirigir. Mas primeiro, coloque isto”. Ele tirou o casaco e o empurrou na direção dela. “Meu chapéu, também. Eu não quero que os homens no chalé vejam que você é uma mulher”. Ele esticou o braço para ajudá-la a tirar o chapéu, e então a ajudou a colocar o casaco dele. Era extremamente grande. Ele dobrou as mangas para ela e o abotoou, então colocou o chapéu dele na cabeça dela.
“Eu me sinto ridícula”, ela murmurou.
Ele sorriu. “Você parece encantadora. Dobre este tapete sobre a sua saia, assim mesmo. Agora, dirija o curricle até a casa—para Grange. Diga a Harry o que aconteceu e ele cuidará de tudo”.
“E quanto a Nicky?”, ela perguntou. “Estão procurando por ele, também”. Ela olhou de relance para a caixa do cachorro na parte de trás e fez a ele uma pergunta muda com os olhos.
Ele pegou a ideia geral. Havia uma caixa na parte de trás do curricle para manter cachorros de caça. Certamente caberia um menino pequeno e o esconderia das vistas, Thur pensou. Uma excelente ideia.
Virando-se para Nicky, ele começou, “Nicky, eu quero que você—” ele cessou bruscamente. O rosto de Nicky estava rígido, com olhos castanhos enormes, uma versão em miniatura da mãe. O lábios do menino estava tremendo mas o corpo pequeno e magro estava firme, o pequeno queixo cerrado. Nicky estava pronto para enfrentar seu destino.
Nada no mundo faria Arthur dizer ao valente pequeno menino para se esconder em uma caixa—um caixão—como um coelho assustado.
Ele deu à mãe do menino um olhar de advertência e disse para o menino, “eu quero que você cuide da sua mãe”.
Ela franziu o cenho para ele e abriu a boca para discutir. Ele deu uma sacudida minúscula na cabeça.
“Sim, senhor!”, Nicky respondeu como um pequeno soldado e Thur a viu olhar para o filho e morder o lábio.
“Sua mãe vai dirigir os cavalos e não poderá tirar os olhos da estrada. Você deverá ser os olhos e as orelhas dela. Você manterá vigia a qualquer estranho na estrada”.
“Sim, senhor”.
“Se você vir alguém, deverá dizer a ela, e se ela pensar que há qualquer perigo, ela passará as rédeas para você—você pode cuidar delas, estou certo. Você fez muito bem antes. Confio que vai manter a cabeça fria”.
Nicky engoliu em seco, mas seu peito inchou. “Sim, senhor”.
Thur ajudou-a a subir na cadeira do motorista, então de um compartimento secreto ao lado da cadeira do motorista, tirou duas pistolas, e as verificou.
Os olhos de Lua se alargaram. “Mas se você disparar contra os homens do Conde Anton, Mel poderia—”
“Eu não vou fazer nenhum tiroteio. Elas são para você”.
Para mim? Mas—”
“Se você for abordada, tudo o que precisara fazer é girar o tambor e puxar o gatilho. Eles estarão prontos para o uso”. Ele os colocou na cadeira ao lado de Lua.
“Não importa se você não os acertar. Nós ouviremos e saberemos que você está em apuros, e iremos atrás”.
“Mas eu sei—”
“Mantenha a tampa deste compartimento aberto. Eles são projetados para manter as pistolas prontas para o caso de ladrões de estrada a pé ou a cavalo aparecerem. Tudo o que você precisa fazer é passar as rédeas para Nicky e tirar as pistolas”.
“Mas os homens no chalé de Mel estarão armados—”
“E eu também, madame”, Chay Suede disse e com um movimento sutil mostrou uma lâmina de aparência perigosa, aparentemente fina como o ar.
Ela olhou para o Sr. Aguiar em angústia. “Não se preocupe conosco”, ele disse a ela. “Nós somos soldados, lembra-se?”.
“Mas você não sabe quantos—”
Ele deu a ela um sorriso lânguido. “Não importa”.
Ela olhou de um para o outro. “Mas—”
Ele bateu levemente sobre uma mão dela. “Não se preocupe conosco. Chay e eu podemos nos cuidar sozinhos. Apenas se concentra em você mesma e em Nicky—e nos meus cavalos—e volte a Grange o mais rápido possível. Fale com Barrow. Nós faremos o resto. Agora, deixe-me te ver segurar as rédeas”.
Ela deu a ele um olhar aflito, mas envolveu as rédeas ao redor das mãos na maneira correta e ele anuiu com a cabeça.
Ele se debruçou adiante e antes que ela percebesse o que ele estava fazendo, ele a beijou na boca, um beijo rápido, firme e possessivo. “Cuide-se. Agora vá”.
Ele desceu e deu um tapa na anca do cavalo cinza mais próximo. Os cavalos se moveram rapidamente. Ele a observou até que ela virou à esquerda seguindo colina acima voltando na direção de Grange, para longe da aldeia de West Lulworth. Ninguém os seguia.
Ele esperou até que o curricle estivesse longe da vista, então girou para Chay. “Sobre quantos nós estamos falando?”.
“Há pelo menos dois deles lá com ela, ‘alvez’ mais. Eu ouvi várias vozes”.
Thur movimentou a cabeça. “Bom. Então esse é o plano”, ele disse e explicou ao irlandês exatamente o que ele queria que ele fizesse.
Chay assobiou. “Audacioso, senhor, sem mencionar como é arriscado para o senhor”.
Thur fez uma careta. “Apenas faça como eu disse e não nos preocupemos comigo”. Ele sorria amplamente. “Para dizer a verdade, estava esperando ansiosamente por isto”.
“Entediado com a vida pacífica, não é, senhor?”.
“Um pouco”, ele admitiu. Antes de ela chegar.
Chay sorriu amplamente. “Então vamos logo com isto”.
Thur escalou a parede de pedra seca e furtivamente circulou ao redor da parte de trás do chalé. Ele sinalizou para Chay, que voltou para a estrada abaixo, assobiando ruidosamente, então girou novamente para a rua até a casa de Mel. Ele jogou as rédeas ligeiramente ao redor em um arbusto e andou a passos largos e ruidosos, pelo caminho cinza abaixo, ainda assobiando, e bateu na porta.
Depois de um debate murmurado em voz baixa, a porta se abriu em uma fresta e Mel olhou para fora. Quando viu Chay, seus olhos se arregalaram.
Ele sorria amplamente para ela e deu uma piscada de olho.
A cor surgiu nas bochechas pálidas dela. Ela não estava corando, Chay percebeu. Ela estava brava.
“Sinto muito aborrecê-la novamente, madame”, ele disse em uma voz alta, fazendo seu sotaque mais forte do que o habitual e fazendo soar como se tivesse bebido. “Mas eu esqueci que tinha um mapa comigo, então para evitar ‘pega' mais direções erradas até a Fazenda Rose Bay—onde o garanhão está—você sabe, aquele que eu te falei, o campeão. Então pensei que você poderia me mostrar no mapa e me dar algumas boas e corretas direções”.
Houve uma pausa e então a porta se abriu um pouco mais.
“Mostre-me o mapa”, ela disse com os lábios franzidos, irritados. Ela colocou metade do corpo na fresta. Apenas um de seus braços estava livre e Chay pôde ver que sua saia estava torta, como se alguém estivesse segurando-a.
Chay mostrou a ela o papel que ela anteriormente tinha entregado a ele. Ela deu a ele um olhar incrédulo e a irritação deu lugar a uma ideia. Ele piscou para ela novamente.
Ele disse ruidosamente, “Agora, aqui é a Fazenda Rose Bay, madame, se você puder me mostrar onde estamos agora”. Ele fez o papel crepitar e pegou a mão livre dela na dele. Ela iria resistir em um movimento automático, mas então parou.
“Você está aqui”, ela disse a ele, “e aqui é onde você precisa ir para achar a fazenda que quer”.
Chay deu um aperto de aprovação na mão dela e disse, “Ohh, então é isto. E, madame, a senhora pode apenas me mostrar o caminho da saída. Assinalá-lo para mim—eu não sou nada bom com mapas de papel”.
“Sim, claro”. Ela deu um pequeno puxão e, depois de um momento, e o que quer que estivesse segurando o outro braço dela o soltou. A saia foi puxada mais firmemente. Mas a maior parte do corpo dela estava entre a porta e o umbral.
Chay deu um olhar significante, então silenciosamente contou: um, dois, três. No três ele a puxou para fora firmemente contra ele. Houve o som de algo rasgando mas Chay não parou para olhar. Ele deu um assobio agudo e imediatamente um som alto soou atrás do chalé.
No mesmo momento Chay ergueu Mel nos braços. Ela gritou e lutou com pouco entusiasmo. Ele não deu atenção. Ele correu pelo caminho e a colocou em seu cavalo que estava à espera.
Ela quase caiu novamente, mas conseguiu se endireitar e ficar sobre o cavalo. “O que raios—”
“Silêncio!”, ele se jogou em cima do cavalo, atrás dela e, com um braço ao redor da cintura dela, galopou para longe. Atrás deles, o chalé estava cheia de gritos e estrondos.

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