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terça-feira, 1 de outubro de 2013

Cap 3-2 "A princesa Roubada"

Parte 2

Pobre pequeno rapaz, por ter sido forçado a montar nos cavalos apenas para continuar caindo. Thur se lembrou de Harry caindo também, mas tinha sido escolha de Harry tentar e tentar novamente. Harry não conseguia se afastar dos cavalos.
Quando eles chegaram aos campos abertos Thur disse, “Nós iremos um pouco mais rápido agora, podemos?”.
Nicky concordou com a cabeça. Thur sinalizou e Trojan começou a trotar. Nicky se segurou com força, mas logo pegou o ritmo. “Seria mais fácil se você tivesse uma sela que se ajustasse a você”, Thur disse a ele.
“Eu nunca usei uma sela”, o menino disse. “O único jeito de aprender era no pelo. Esse jeito é para se aprender a dominar o cavalo. Meu pai tentou—” ele cessou bruscamente. “Eu não deveria falar sobre papai”.
“Não importa”, Thur disse facilmente. Ele estava começando a formar um retrato do pai do menino. “Nós devemos tentar um meio galope?”.
“Sim”, Nicky disse firmemente.
“Deixe-me saber se você quiser que eu diminua a velocidade”.
Nicky não disse nada. Trojan era um cavalo de andar muito macio. Eles foram a meio-galope até que o mar surgisse no campo de visão, reluzindo brilhante sob o sol matutino. O passo do cavalo não se alterou, mas ele ergueu a cabeça e respirou o ar avidamente. Trojan estava desejando um galope. Assim como Thur.
“Que tal se formos um pouco mais rápido? Você não cairá, eu prometo”.
O menino concordou com a cabeça, então Thur permitiu ao cavalo ganhar velocidade. O menino não fez nenhuma objeção e depois de um momento deu a Trojan o controle da situação. Eles trovejaram juntos, a crina do cavalo fluindo para trás, seus cascos cortando a relva. O menino não fez um som. As mãos pequenas agarravam os antebraços de Thur.
Logo eles alcançaram o caminho de precipício estreito e Thur relutantemente puxou as rédeas de seu cavalo.
“Como foi?”, ele perguntou à criança. Não houve nenhuma resposta. Thur se debruçou adiante e girou o rosto do menino para que pudesse vê-lo. Os olhos estavam fechados com bastante força, o pequeno rosto estava pálido, sem expressão.
Thur estremeceu. Por que diabos a criança não tinha dito algo se estava tão assustado? Ele se sentia como um tirano. Ele abriu a boca para se desculpar.
Os olhos de Nicky se abriram. Ele tragou. “De novo”, ele sussurrou. “Faça isto de novo”.
Não era medo nos olhos do menino, Thur percebeu de repente. Era alegria.
“De novo?”.
Nicky concordou com a cabeça. “Sim, só que mais rápido!”.
Thur jogou a cabeça para trás e riu. “Você irá, jovem Nicky! Você irá. Mas nós não podemos ficar vagabundeando ainda— preciso te levar de volta antes que a sua mãe sinta sua falta. E primeiro nós temos que ir buscar aquela mala”.
“E o chinelo da mamãe?”.
 “Possivelmente”. Ele acrescentou, “Se eu desmontar e levar Trojan, você pode se sentar lá em cima sozinho?”.
Ele pareceu incerto, mas movimentou a cabeça topando. Thur desmontou e deixou Nicky segurando-se ao chifre da sela. Ele levou o cavalo ao longo do caminho estreito, procurando por sinais das atividades da noite passada.
“Ah, foi aqui que aconteceu”, ele disse afinal. Ele desceu o menino e jogou as rédeas para ele. “Poderia amarrar Trojan em um arbusto?”, Nicky tomou as rédeas com ar de importância e levou o grande cavalo para longe.
Thur perscrutou acima da extremidade do precipício para o caminho que levava até a praia cheia de seixos. Uma subida difícil para uma mulher e uma criança com uma perna ruim, especialmente na escuridão, sem falar da mala. Por que diabos, de todos os lugares, ela tinha parado justamente aqui?
Nicky se juntou a ele e ficou estudando o local também. “Foi muito difícil subir na escuridão. A gentia não conseguia ver e o caminho e era muito íngreme”. Ele acrescentou, “Mas não estava tão barrento quanto agora”.
“Sim, vocês tiveram sorte de chegar antes da chuva cair”, Thur disse. Seria uma expedição escorregadia; o declive continha várias e pequenas pedras com lodo. Thur estava contente por não ter colocado suas botas novas.
“Mamãe estava muito brava com o capitão do barco. Ela queria que ele a levasse até a enseada de Lulworth mas ele nem ligou!”.
Thur reprimiu um sorriso. “Céus!”.
“Papai teria mandado açoitá-lo. Mamãe explicou para mim na praia que eles não sabiam quem nós so—”, ele cessou bruscamente com uma expressão de culpa. “Oh”.
“O que foi?”, Thur disse. “Desculpe, eu não estava escutando”.
“Nada”. Nicky relaxou.
Thur estava intrigado. Quem era ela, para que o filho ficasse tão surpreso com o fato de um capitão de barco—mesmo um de contrabando—ter se recusado a obedecer uma ordem da mãe dele?
“Eu não posso ver a mala, mas acho que ela deve ter feito um rastro quando caiu—vê algo?”, ele apontou para uma vegetação baixa, agarrada a uma pedra, que tinha sido recentemente quebrada e as pedras estavam reviradas. “Eu descerei e darei uma olhada. Espero que ela não tenha ficado enterrada debaixo de lama”.
“Olhe! É o chinelo da mamãe”. Nicky apontou excitadamente.
Com certeza era, um pequeno fragmento de azul, entalada contra algumas pedras pontiagudas e rodeada por espuma de ondas ameaçadoras.
“Isso pode ficar lá”, Thur decidiu.
“Oh, mas são os chinelos favoritos da mamãe”.
“Não, é muito perigoso. Toda aquela chuva de ontem à noite deve ter levado a terra que prende as pedras no lugar—isso aqueles estão com lodo”. Thur gostava de se arriscar, mas não via motivo para fazer uma subida tão perigosa por causa de um chinelo.
Ele deslizou até a extremidade e começou a descida em direção à mala. Uma avalanche pequena de pedregulhos veio atrás dele e o fez olhar para trás. Nicky estava vindo, também. “Não, você fica aí”, Thur ordenou.
“Eu quero ir”.
“Você não pode, é muito perigoso”.
“Eu posso fazer isto. E é a minha mala de viagem”.
“Não discuta comigo, menino! Fique lá”. Era um milagre a criança ter conseguido subir por esse caminho perigoso. Descer novamente com uma perna tão ruim—e depois de uma noite de chuva quando a terra estava mole—era procurar problemas.
“Peço desculpas. Só queria ajudar”, Nicky disse com voz baixa, firme.
Oh, Deus, ele tinha magoado a criança. Tarde, Thur se lembrou do ódio de seu meio irmão pela perna fraca, a recusa de Harry de ser do jeito que era, sua determinação em fazer quaisquer coisas que os outros meninos fariam.
“Você pode ajudar. Você poderi—”, ele tentou pensar em alguma tarefa. “Você pode cuidar de Trojan”.
Nicky parecia teimoso. “Trojan está preso. E ontem à noite ele estava livre, mas quando você assobiou, ele veio”.
Thur não estava acostumado as pessoas questionarem suas ordens. Mas ele não podia berrar com uma criança de sete anos da mesma maneira que fazia com um recruta rebelde. “Sim, mas isso foi de noite”, ele disse. “Durante o dia há mais pessoas ao redor. Ele é um animal muito valioso e eu preciso que você cuide dele para evitar, hmm, ladrões de cavalos”.
“Ladrões de cavalo?”.
“Sim, ladrões de cavalo. Homens muito perigosos, esses ladrões de cavalo. As hordas deles ficam vagando pela zona rural, procurando por cavalos valiosos. Eles não estão interessados em meninos”, ele acrescentou apressadamente, “somente em cavalos. Então se você vir homens de aparência sinistra vindo nesta direção, você deve me gritar com toda a força de uma vez. O mais alto que puder. Está claro, Nicky?”.
O menino bateu os sapatos de maneira militar. “Sim, senhor! Cuidarei do cavalo”.

“Bom rapaz!”, Thur recomeçou a descer, deslizando e passando por lugares onde as pedras tinham se retirado em favor da lama. Realmente estava bastante perigoso.

Continua...


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Um comentário:

  1. Comecei a ler hoje e já estou amando! Posta mais *--* ... Uma pergunta, você só posta quando tem tempo ou tem dias específicos??

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