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quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Cap 13 - 1,2,3 "A Princesa Roubada"


Capítulo XIII.

Londres era maior do que ela se lembrava. Maior, mais ruidosa, mais suja e mais excitante. Lua começou a se sentir um pouco apreensiva.
Ela tinha discutido com Arthur durante o almoço. Ele tinha sido bastante irracional. Ela simplesmente o pedira para recomendar um hotel, e ele disse a ela que em nenhuma condição a deixaria ficar em qualquer hotel, que ela ficaria com a tia dele, Lady Gosforth, e sem chance de argumentar. Ele já tinha escrito para Tia Maude e ela estava esperando por eles.
Lua assinalou que não tinha direito de se hospedar com a tia dele. A tia dele ficaria muito feliz, ele disse, e isso foi o fim.
Lua não via como qualquer tia ficaria muito feliz em ter completos estranhos empurrados sobre ela. Ele fez um barulho rude e disse que pensava que conhecia a tia melhor do que ela.
A comitiva pequena parou na frente de uma casa imponente na Mount Street. Arthur a desceu junto com Mel do chaise e as conduziu degraus acima até a porta da frente. A porta abriu-se suavemente quando eles a alcançaram.
“Tarde, Sprotton, está bem pelo que vejo”.
O mordomo, muito digno, se curvou. “Boa tarde, Sr. Thur, espero que sua viagem tenha sido agradável e calma, e posso dizer como é bom vê-lo aqui, senhor? Senhoras”. Ele se curvou para Lua e Mel. “Lady Gosforth me pediu que as conduzisse para se Lavarem e Acalmarem—”
 “Eu pedi”, uma alta e elegante, matrona com nariz romano o interrompeu. “Mas decidi que não posso esperar para me encontrar com você”. Ela foi adiante pegando ambas as mãos como uma saudação morna, em conflito com a severidade de seu semblante. “Sei que é muita desconsideração, minhas queridas, saudá-las quando vocês ainda estão cansadas da jornada longa e tediosa e espero que me perdoem por isto. Como vai você? Você é a Prin—não, Sra. Prinny, é claro—eu sei, Arthur, mas eu estou sendo muito discreta—que olhos gloriosos você tem minha querida—e você é?”, ela olhou além de seu nariz longo para Mel.
Lua entrou, vendo um modo de fuga. “Senhorita Melanie, minha—minha dama de companhia”. Ela não queria que ninguém tratasse Mel com desprezo. “E meus, hmm, ajudantes reais estão esperando do lado de fora, com os companheiros do meu filho. Eu sinto muito, realmente não tinha nenhuma intenção de impor a minha presença aqui, mas seu sobrinho—”
“Tolice, não é nenhuma imposição mesmo, meu sobrinho tinha razão de trazê-la para mim. Eu presumo que são suas empregadas e criados. São todos bem-vindos. Fico muito feliz em ter você aqui, a estação até agora tem sido totalmente tediosa e esta casa está extremamente vazia”.
Ela ofereceu uma mão para Mel e disse, “Como vai você, Senhorita Melanie, e você é, claro, Nicholas”.
“Nikolai”, ele a corrigiu, então fez uma reverência muito corretamente e bateu as solas dos sapatos.
“Que maneiras excelentes, Nikolai. Perceba Arthur, esta criança me saudou e você não”.
Ele se curvou ironicamente e sorriu amplamente. “Eu estava esperando que a senhora respirasse, Tia Maude”.
“Tolice, você sabe perfeitamente bem que você nunca diz nada quando tem chance. Agora, para cima todos vocês, vão. Sprotton os conduzirá até suas alcovas e preparará a água quente. Você disse que as suas empregadas estão vindo?”.
“Não”, Lua disse desconfortável. Nenhuma senhora viajaria sem sua empregada.
“Ela perdeu a empregada, criados e vários cavalariços em uma tempestade”, Thur disse à tia. “Levados pelo mar a caminho da Inglaterra. Uma tragédia terrível. Quando eu encontrei a Sra. Prinny ela e o filho tinham acabado de sair com dificuldades do mar e estavam encharcados”.
Lady Gosforth os encarava fixamente. “Que horror, meus queridos. Que misericórdia vocês terem sobrevivido. Presumo que isso aconteceu com suas roupas também. Não importa, minha empregada deverá vir amanhã e nós iremos obter novas roupas para você. Chá em meia hora. Arthur, aonde você está indo?”.
Arthur, que estava indo em direção à porta da frente, se voltou. “Eu ficarei no meu clube—”
“Tolice, você ficará aqui comigo, assim como aquele seu irmão triste e não tente me dizer que ele não está com você porque olhei da janela e ele está sentado do lado de fora e está com o cabelo bem castanho, bonito e meditativo como sempre, junto com aquele adorável menino Ramsey e um outro—você sabe, qual o nome dele mesmo?—Aquele que as meninas ficam suspirando. Divinamente bonito com um ar de tragédia fatalmente atraente”.
“Micael Borges”, Arthur disse tentando não sorrir.
“Isto mesmo, o menino do Borges. E o outro homem que parece com um elegante pugilista profissional, com um menino pequeno sentando ao lado dele—ele não é um cavalariço, não é? Ele não se parece com um”.
“Não, esse é o, hm, ajudante real e companheiro do filho da Sra. Prinny”.
“Ele parece interessante. Vá para o lado de fora e diga a eles que estão todos convidados para o chá e não aceitarei um não como resposta. Bolos de limão típicos do cozinheiro, bolos de gengibre e alguns bolinhos delgados de açúcar modernos, que ele enche de nata e são positivamente decadentes. E você e Harry não ficarão no seu clube”. Ela deu a ele um olhar imperioso debaixo de seu longo nariz. “Bem, corra Arthur. Leve seus cavalos para os estábulos ou eles tomarão esse horroroso vento frio”.
Arthur ironicamente se curvou, então piscou para Lua, que estava tentando não dar uma risadinha. “Agora você sabe por que eu tenho horror a mulheres”.
Lua e Lady Gosforth bufaram em descrença. Lady Gosforth girou para Lua com um sorriso. “Minha querida, posso ver que você é exatamente o que o meu sobrinho precisa”.
“Mas eu não sou—”, Lua começou.
“Oh, Arthur”, Lady Gosforth chamou. “Seu irmão Nash estava aqui te procurando”.
O rosto de Thur endureceu. “Isso não tem nada a ver comigo”.
Lady Gosforth revirou os olhos. “Bem, isso tem tudo a ver com você—e seus convidados também”. Ela acenou a cabeça para Lua e Nicky e deu a ele um olhar que dizia não-na-frente-das-crianças. “Nash jantará conosco hoje à noite e explicaremos”. Ela o perscrutou com olhos pequenos. “Mas primeiro haverá chá—diga aos outros meninos que estou esperando por eles! Agora se apresse e cuide dos cavalos”.
Ele deu a ela uma irônica saudação. “Sim, General Gosforth”.

Nash Aguiar chegou uma hora antes do jantar. “Há um cara, estrangeiro”, ele disse a Thur quando eles estavam a sós. “Um conde de algum pequeno país obscuro que reivindica que um Sr. Aguiar, filho de um conde, está ilegalmente mantendo o chefe de seu estado. O Oficial Estrangeiro pensou que ele queria dizer que era eu, mas isso foi claramente uma tolice, então ele achou que fosse você, mas pessoalmente acho que há furos na história dele. Ele disse que você tem em sua custódia o príncipe herdeiro de seu país, Zan—Zendar—”
“Zindaria”, Thur o corrigiu.
Os olhos de Nash se estreitaram. “Quer dizer que você sabe sobre o que ele está falando?”.
“Sim, sei. A dama está atualmente no melhor quarto sobressalente da Tia Gosforth e é a mãe do príncipe herdeiro. Presumo que o cara que você se encontrou é um loiro encantador e vivo chamado Conde Anton”.
“Bom Deus. Mas isto é apavorante”.
“Ele é um cara apavorante”.
Nash fez um gesto impaciente. “Isto é sério, Arthur. É um assunto de estado. Ele está reivindicando o príncipe herdeiro que foi ilegalmente removido de seu país e que deve retornar”.
Thur deu de ombros. “A mãe removeu o príncipe herdeiro do país porque as pessoas estavam tentando matá-lo. Ele tem apenas sete anos, e sendo a mãe dele, ela naturalmente desaprovou a situação”.
Nash franziu o cenho. “Queria que levasse isso a sério. Isto, com certeza, vai se tornar um incidente internacional”.
“Estou totalmente sério”, Thur disse a ele. “A vida da criança realmente está em perigo”.
“Aquele conde Anton é o regente. Ele teria a responsabilidade total com a segurança do menino”.
“Ele é o cara que está tentando matar o menino. Ele é o próximo na linha de sucessão ao trono depois do menino”.
“Ah, entendo”. Nash franziu o cenho. “É uma situação enganadora”.
“Nada há nada de enganador sobre ele—”, Thur começou.
Nash agitou a cabeça. “É muito delicado. O conde Anton fez uma reclamação oficial de nível mais alto, que significa que nosso governo será forçado a agir”.
Thur se sentou adiante. “Você não pode querer dar aquela criança —”
“Não eu, o governo. Eu sou apenas um oficial secundário”.
“A criança pertence à mãe—”
“Não de acordo com a lei de Zindarian. Como príncipe herdeiro, ele pertence a seu país. E em todo caso, ele é um cidadão de Zindarian”.
“A mãe é inglesa”.
Nash agitou a cabeça. “Não. Quando ela se casou com o príncipe, tornou-se Zindariana. Eu passei os últimos dois dias verificando todo o aspecto do caso”.
“Apesar de que você não acreditava que isto pudesse ter qualquer relação comigo”.
Seu irmão deu a ele olhar desdenhoso. “Desde pequeno que eu te conheço, e toda a natureza estranha do caso parecia se ajustar a você perfeitamente”.
Thur deu um sorriso magro. “Você me conhece melhor do que eu tinha percebido”.
Nash se debruçou adiante, o rosto de repente sério. “Arthur, queria que nós pudéssemos curar esta fenda da família. Com certeza, agora que nossos pais estão mortos, podemos colocar toda essa loucura miserável para trás e finalmente nos comportar como irmãos de verdade, um em relação ao outro”.
Thur ergueu uma sobrancelha. “Irmãos de verdade?”, ele disse sarcasticamente. “Quando eu sou—como você e seu irmão me chamavam? — o legítimo bastardo. E Harry era o ilegítimo. Tão conveniente como vocês pensavam”.
Nash agitou a cabeça. “Eu tinha onze anos na época, Arthur, e Marcus treze, e estávamos apenas repetindo o modo como nosso pai te chamava—tola e cruelmente, admito. E eu já me desculpei por isso antes e farei novamente, quantas vezes forem necessárias até que você me perdoe, porque eu amargamente me arrependo disso. Se nosso Pai tivesse te visto alguma vez, saberia que você é nosso irmão verdadeiro”.
“E Harry?”.
Nash disse cuidadosamente. “Eu o reconhecerei como meu ilegítimo meio irmão”.
Thur bufou. “Que grandioso de você. Eu o chamo de irmão e não aceitarei nada menos do que isso em seu nome. Ele é tão vítima quanto eu da loucura do nosso pai. E Harry é a única família que eu já conheci: Harry, a tia-avó Gert, e desde a parte posterior dos meus dias de escola, a Tia Gosforth. Harry é meu irmão, meu amigo da escola, meu camarada de farda. Você e seu irmão são estranhos para mim”.
“Não diga ‘seu irmão’ assim. Marcus é seu irmão, também”.
Thur cruzou os braços e mudou de assunto. “Você estava falando sobre o príncipe herdeiro de Zindaria. Você não vai entregá-lo. Eu não permitirei”.
Nash se sentou de novo com expressão pensativa. “Eu não desistirei de você, Arthur. Mas, sim, retornando ao assunto do príncipe herdeiro, se o conde deseja fazer mal a ele, eu concordo, o menino deve ser protegido. Mas como?”.
“Chute o bastardo para fora da Inglaterra”.
Nash deu a Thur um olhar que dizia que ele poderia usar a palavra “bastardo” o quanto quisesse que ele não reagiria. “Infelizmente o governo não pode”, ele disse. “Zindaria, entretanto é um país pequeno e obscuro, aliado dos austríacos e nós não temos condições de provocar um incidente internacional”.
Ele batia os dedos e de repente olhou fixamente para eles pensativamente. “O que nós precisamos é de uma complicação. Algo que o Oficial Estrangeiro possa ponderar, debater, procrastinar. A procrastinação pode ser a arma mais útil do governo”.
Thur bufou. A procrastinação causava muitos problemas no exército. Demora na consolidação da dívida flutuante e provisão de material. Ele não tinha nenhuma paciência com a demora do governo. Ele olhou para Nash. Exceto talvez neste caso.
Thur se sentou adiante quando uma ideia veio a sua mente. “Se a princesa se casasse com um inglês, isso faria diferença?”.
“Sim, certamente complicaria bastante as coisas, mas ela não é”.
“Ela podia ser. Comigo”.
Nash encarava-o. “Você está louco? Você mal a conhece”.
“Isso não importa. O que importa é que ela estaria não apenas casada com um inglês, estaria casada com um inglês com uma família de excelentes conexões. Uma tia que é um líder da elite, um irmão com um pé dentro das decisões do governo—”
“E outro irmão que se senta na Câmara dos Lordes e faria um rebuliço enorme se alguém tentasse tomar o filho da sua cunhada! E, além disso, você é um herói de guerra”. Nash se sentou de volta na cadeira e deu um olhar admirado para o irmão. “É brilhante. Atende ao nosso propósito admiravelmente—mas você está certo de que quer fazer isto?”.
Thur anuiu com a cabeça. “Estou certo”.
“Uma pequena potranca, não é?”.
Thur deu ao irmão um olhar fixo e firme. “Não”. Ele disse a palavra como o estalar de um chicote.
“Não é uma potranca?”.
“Não é da sua conta, irmão”. A violência em sua própria reação, fez Thur ficar chocado. O mero pensamento de seu irmão relativo a Lua como “uma pequena potranca” tinha feito-o desejar arrebentar Nash de porrada. Seu irmão nem a conhecia.
Nash deu a ele um olhar frio. “Entendido. Ela será minha cunhada, afinal. Mas há muito a se conversar”.
“Sei disso muito bem”, Thur disse. “Quanto mais pessoas souberem sobre o casamento mais difícil será para arrancar o filho dela do país”. Isso mesmo, Thur disse a si mesmo. Continue se lembrando de que isso é somente pela criança.
Nada a ver com estas emoções primitivas que haviam surgido dentro dele. No momento em que a ideia ocorreu a ele, ele queria realizá-la, pois a desejava como sua esposa. Agora, sem demora. Sua esposa.
A mulher que tinha jurado repetidas vezes que nunca mais se casaria novamente.
Nash concordou com a cabeça. “Sim, você está certo. Vamos organizar isso de uma vez”.
Thur fez uma careta quando um enorme buraco no esquema passou por sua mente.
O irmão notou a expressão dele e disse, “você está pensando melhor, não é?”.
“Não, não é isto—”
“Se é com a licença especial que você está preocupado, eu resolverei isto. Tia Gosforth com certeza ficará muito feliz em organizar uma de suas ‘pequenas’ recepções”.
“Sim”, Thur disse distraído. “Quanto mais testemunhas, mais difíceis será para o governo agir”. E mais difícil para ela escapar.
Nash anuiu com a cabeça. “Eu estou contente que você veja o valor de uma família, afinal”.
Thur deu a ele um olhar direto. “Por uma boa causa, sim. Mas não fique muito excitado com o esquema ainda”.
“Por que, qual é o problema?”.
Thur disse devagar, “há apenas uma pequena mosca no mel”.
“E o que é?”.
“A noiva”.
“A noiva? Ela é a mosca? Você não acha que não gostaria de ser chamada assim?”.
“Isso é suavizando ligeiramente a situação”.
“Não se preocupe, eu conversarei com ela”, Nash disse confiante. “Eu sou muito bom em explicar as coisas e convencer as pessoas. É meu trabalho, afinal. Traga-a”.

“Casar com Arthur Aguiar? Absolutamente não!”, Lua olhava fixamente primeiro para o homem que tinha sido introduzido como “o honorável Nash Aguiar, algo no governo”, e então para Arthur. Havia uma semelhança forte de família: o nariz, o queixo e aqueles olhos azuis intensos. Sem mencionar os ombros, a altura e a suposição exasperante de que ele sabia tudo o que era melhor para ela.
“Eu não farei isto!”, ela ratificou. “É uma ideia ridícula. Deve haver outro modo”.
Nash agitou a cabeça. “Nós pensamos muito sobre isso. É o único modo que temos para prevenir meu governo de dar seu filho de volta para o governo de Zindarian”.
“Não o governo de Zindarian”, ela relampejou, “o Conde Anton, a serpente que está conspirando para assassiná-lo!”.
Nash deu de ombros. “Eu sei; Arthur me disse. É uma pena, mas a menos que você tenha provas, o que Arthur me assegurou que você não tem, o nosso governo não pode se envolver personalidades; o conde forneceu a papelada apropriada”.
Papelada!”, ela explodiu. “Que tipo de pessoa colocaria papelada antes da segurança de uma criança?”.
Nash deu a ela um olhar muito Aguiar. “Princesa, para um governo, papelada é tudo”.
Ela o encarou e deu alguns passos bravos em torno do cômodo. “Então eu pegarei meu filho e fugirei”.
Ele encolheu os ombros. “Apenas vai adiar o inevitável. Eles vão te perseguir e levá-la de volta, e então você será uma infratora da lei e será separada de seu filho”.
“Mas eu sou inglesa! Voltei para o meu país para ficar segura!”.
Nash pareceu lamentável. “Infelizmente, Princesa, sua nacionalidade mudou quando se casou. É por isso que—”
“Não! Eu não vou nem considerar isto! É totalmente ridículo”.
“Não é, você sabe”, Thur disse. “Faz muito sentido. E eu sou o candidato perfeito”.
Ela bufou.
“Ele é”, Nash insistiu. “Você não conseguiria alguém que se ajustasse melhor ao seu propósito—não desperdice tempo, e o tempo é essencial aqui. Com as conexões da família Aguiar—nosso irmão mais velho é um conde, sabe—nós temos o potencial para causar todos os tipos de escândalo se alguém tentar te separar do seu filho, ou você do seu marido”.
Marido!”, ela declarou com repugnância. “Eu não quero um marido”.
“Nem mesmo se isso salvará o seu filho?”.
Ela deu a ele um olhar angustiado. “Como seria?”.
“Se você se casasse com Arthur, você se tornaria mais uma vez uma cidadã inglesa. E já que ele tem excelentes conexões de família”—ele deu ao irmão um olhar direto—“nós as usaríamos para fazer pressão sobre o governo para procrastinar”.
Procrastinar!”, ela exclamou. “E isso seria bom? Se eu entendo bem, no final, você ainda terá que dar o meu filho ao assassino!”.
Nash deu a ela um olhar chocado. “Princesa, eu te asseguro, o governo inglês pode estar repleto de imperfeições, mas em matéria de procrastinar, somos incomparáveis”.
Ela mordeu o lábio e considerou a declaração dele. “Quanta tempo de demora você acha que poderia administrar?”.
“Até para sempre”, Nash disse com orgulho.
Ela deu a ele um olhar duvidoso. “Para sempre?”.
Ele fez um gesto descuidado. “Pelo menos até que seu filho seja maior de idade”.
“Ou até o Conde Anton morrer?”, Thur perguntou.
Nash inclinou a cabeça. “Realmente”. Ele estreitou os olhos para o irmão. “Mas não se você o assassinar, Arthur. Isso complicaria enormemente as coisas”.
Ela olhou para Thur ansiosamente. “Eu não quero que você cometa assassinato”.
“Então sua só alternativa é cometer matrimônio”, Thur respondeu.
Ela deu a ele um olhar ressentido, encurralado e desesperado.
Thur quase sentiu por ela… quase. Estava determinado a convencê-la. Agora que eles estavam em Londres ele não deixaria que ela simplesmente desaparecesse. A vontade dela de ficar em um hotel tinha dado uma sacudida nele que o fez ficar chocado.
Ele tinha que conseguir dela a promessa de se casar com ele. Uma promessa a seguraria. “Se isso salvará Nicky, há realmente alguma escolha?”.
“Eu não sei. Não consigo pensar. Preciso de tempo”, ela disse infeliz.
Thur olhou no fundo dos olhos dela e viu que ela estava apavorada.
Ele se perguntou novamente o que o marido dela tinha feito para que ela tivesse tanto temor de se casar novamente. Ele tinha que tranquilizá-la. Ele não a machucaria, ele a trataria ternamente…
“Seria puramente um questão de conveniência”, Nash disse, e Thur teve novamente o desejo de estrangulá-lo.
“Se isso foi o que você desejar”, Thur emendou depressa com um olhar firme para o irmão.
As sobrancelhas de Nash se ergueram. Ele disse friamente, “não pense nisso como um casamento; pense nisso puramente como uma manobra legal, como uma estratégia de xadrez. O casamento entre você e o meu irmão bloquearia a petição do Conde Anton pela custódia do menino e ela seria colocada sob argumentos legais, deste modo nosso governo poderá ter uma desculpa para procrastinar”. Ele esperou um momento e acrescentou, “é a minha sincera opinião de que este é o único caminho para manter seu filho com você”.
Ele se levantou. “Arthur, você estava certo quanto à mosca no mel. Eu deixarei que vocês dois discutam isto em particular. Parece que há assuntos entre você dois que precisam ser conversados antes que qualquer acordo possa ser feito. Eu os verei no jantar, que será”, — ele consultou seu relógio de bolso, — “em quinze minutos”.
“O que ele quis dizer com mosca no mel?”, ela exigiu assim que a porta se fechou atrás de Nash.
“Nada. Apenas uma mosca bonita com olhos castanhos adoráveis. E os mel com cheiro mais doce”, Thur disse ternamente. “Você se lembra do cheiro do unguento? Nós temos memórias muito boas do unguento, você e eu”.
Ela deu a ele um olhar firme.
“Ou pelo menos eu tenho”, ele apressadamente terminou. Ela obviamente não estava na hora ideal para ser seduzida.
“Veja, é por que isso que eu tenho tantas dúvidas sobre esse acordo entre nós dar certo”, ela disse a ele. “Você não leva as mulheres a sério”.
“Eu levo as mulheres a sério—”
“Você leva as mulheres como a Sra. Barrow a sério. Você levava a sua tia-avó Gert a sério, mas não a mim. Você nunca me escuta”.
“Eu te escuto—”
“Você ignora meus desejos e passa sobre as minhas decisões e eu não posso e não vou tolerar isto”.
Arthur estava chocado. “Mas não é nada disso, não mesmo”.
“É sim. E quando eu objeto alguma coisa, você me provoca, faz jogos de sedução e finge que nada aconteceu. Como agora. Eu tenho preocupações sérias—eu disse a você repetidas vezes antes que eu não tinha nenhuma intenção de me casar novamente—e então você fala comigo de unguento! E me chama de mosca bonita! Como se as minhas preocupações fossem tolices. Bem, lá em Zindaria os homens me diziam que meus medos de que alguém estivesse tentando matar meu filho eram tolice, e eles estavam errados e eu estava certa, e não tolerarei ser tratada como uma tola!”, ela foi furiosa para a janela e ficou de pé de costas para ele. Seu peito estava erguido e sua coluna estava rígida com tensão.
Ela estava perto de chorar, ele percebeu. E ela estava certa. Thur se sentia castigado e arrependido. Ele não queria depreciá-la, apenas deixá-la com um humor melhor.
Ele realmente tinha sido tão intimidante assim? Não tinha sido a intenção dele. Ele honestamente tinha feito o que achava certo.
Mas ele podia perceber como ela devia ver a situação.
“Vem de ser um oficial por anos”, ele disse tristemente. “É esperado que a pessoa decida o que for melhor para todo mundo sob seu comando. Se torna um hábito”.
Ele tragou. “E quanto a provocar, eu não queria te humilhar, não mesmo. É simplesmente meu jeito. A tia-avó Gert costumava me chamar de ‘tendência lamentável e inoportuna a leviandade’. E parece que eu piorei”. Ele respirou fundo e disse resolutamente, “mas estou disposto a mudar. Não sei se consigo”, ele confessou. “Mas se você se casar comigo, te prometo que tentarei”.
Houve um longo silêncio no vão da janela. “Eu bem que gosto do seu jeito frívolo às vezes”, ela disse eventualmente. “Você me faz rir, e sei que sou muito séria. Mas acho que às vezes você usa a frivolidade para esconder algo mais profundo”. Ela girou e olhou para ele. “É um modo de lidar com o lado mais nebuloso da vida, não é? Como mostrar alegria em face da escuridão, ou como passar rapidamente sobre a superfície em vez de examinar o abismo”.
Ele tragou, sentindo-se como um inseto em uma teia. Enfrentar um abismo. “Talvez. Às vezes. E às vezes apenas… eu não consigo evitar. Sinto muito se isso te incomoda”.
Ela deu a ele um olhar intenso, então deu um sorriso lânguido. “Às vezes fico com vontade de te bater!”.
“Então me bata”, ele disse de uma vez. “Eu tenho uma cabeça muito dura e—”, ele parou bruscamente e disse tristemente, “estou fazendo de novo, não é?”.
Ela sorriu corretamente agora. “Sim, mas eu não me importo. Eu não me importo do quão frívolo você seja desde que me escuta. E você está me escutando, não está?”.
“Sim”. Deus, sim, ele estava escutando.
Ela cruzou o cômodo e se sentou novamente, alisando a saia e juntou as mãos sobre o colo antes de começar. “Você tem sido honesto comigo, então eu tentarei explicar a minha posição”, ela disse. “Eu sei que nem sempre faço as escolhas mais sábias, mas decidir por mim mesma tem sido uma experiência nova para mim—uma experiência muito nova e preciosa.
“Todo o meu falecido pai decidia por mim—o que eu fazia, o que vestia, o que estudava, comia, com quem falava—todas as horas do dia. E então, quando eu fiz dezesseis anos, casei com o Príncipe Rupert de Zindaria, que mandou na minha vida ainda mais rigidamente do que meu pai.
“E então os dois morreram em um espaço de dois meses um do outro, e por um ano inteiro eu fiquei presa naquela vida rígida, até que a vida do meu filho foi ameaçada, e eu não sabia em quem podia confiar, então tive que decidir por mim mesma o que fazer porque não havia uma alma no mundo na qual eu pudesse confiar para me proteger.
“Então eu tomei uma decisão—a primeira e provavelmente a mais importante da minha vida— escapar não foi uma decisão muito corajosa, admito, mas foi minha decisão, e nós fizemos isto—nós fugimos.
“E todos os dias, dezoito dias, eu tenho feito decisão atrás de decisão por mim mesma e meu filho. E algumas foram boas e algumas foram enganos, mas elas foram minhas, também, e eu aprendi com elas”.
Ela olhou para ele, “não há muito na minha vida que seja verdadeiramente meu. Mas eu aprendi algo nesse tempo: decidir por si mesmo pode ser apavorante. Mas também eufórico. Nós chegamos aqui, Arthur. Eu consegui, eu mesma e meu filho, sozinhos e sem ajuda, através da Europa. E eu me orgulho disto.
“Então não me trate como uma criança tola. Eu fui mantida desse jeito por meu pai e depois por meu marido, mas eu jurei nunca mais retornar àquele estado novamente. Eu planejei nunca mais me casar, nunca mais fazer votos de obediência e dever a qualquer homem”. A voz dela desafinou.
O diálogo a tinha chateado novamente e ela se ergueu da cadeira e deu alguns poucos passos agitados em torno do cômodo. Thur observou, não tendo nenhuma ideia de como convencê-la. A única coisa que ele podia pensar era em agarrá-la e beijá-la e não parar até que ela tivesse concordado em se casar com ele.
Mas algo o disse que ela não daria boas-vindas a essa abordagem nesse instante.
Ela disse, “entendo que me casar com um inglês seja necessário…”
Thur prendeu a respiração.
Ela mordeu o lábio, deu a ele um olhar aflito, e disse, “talvez eu devesse pedir a seu irmão para me achar outro candidato”.
“Outro candidato?”, Thur ficou atordoado. “Por que outro candidato?”.
Ela fez um gesto impaciente. “Eu não sei. Alguém que não se importará com o que eu faça, que não tente mandar na minha vida, que me deixe seguir meu caminho. Realmente não importa, importa? Não em um casamento de conveniência. Até o seu irmão poderia ser uma opção. Casar com uma princesa com conexões com metade das famílias reais da Europa pode ser um bom recurso para a carreira de um diplomata em ascensão”.
“Você não vai se casar com o meu irmão!”, Thur explodiu.
“Bem, não, ele era apenas um exemplo”, ela explicou.
“Você não precisa de nenhum exemplo—você me tem!”.
Ela franziu a sobrancelha. “Mas você mesmo tinha me dito que tem o hábito de mandar”.
Ele olhou furioso para ela. Como ela poderia pensar em se casar com outra pessoa? “Eu mudarei”, ele disse.
“Não, você não irá”.
Ele tragou. “Provavelmente não o tanto que você queira, mas te prometo que tentarei”.
Ela fez uma careta, perplexa e transtornada pela aparente determinação dele de se casar com ela. “Realmente soa como você quisesse se casar comigo. Por quê?”.
Ele deu a ela um olhar fixo em branco. “Por quê?”, ele disse com a voz estrangulada.
“Sim, por quê? Você me conhece há menos de dez dias. Por que você gostaria de fazer um casamento de conveniência com uma mulher que mal conhece, que não quer se casar e que não vai prometer te amar ou obedecer?”.
Era uma boa pergunta. Ele correu um dedo ao redor de seu colarinho. Ele limpou a garganta. A mente dele estava completamente em branco. “É—”
O sino do jantar tocou. “Jantar”, ele exclamou agradecido e gesticulou em direção à porta. “A tia Gosforth odeia ficar esperando”.
Ela não se moveu. “Só quando você responder à minha pergunta”.
Thur procurou por uma resposta que a deixaria satisfeita. A verdade a assustaria, ela correria para quilômetros longe dele. Ele sabia por que ela o assustava completamente.
Ele podia ouvir pessoas descendo os degraus, se reunindo em resposta ao sino do jantar.
“Valentia”, ele disse afinal. “Pura e desinteressada. Eu não aguento ver uma mulher e uma criança em apuros. E não tenho planos de me casar também. Se um casamento conveniente é o preço da sua segurança, é um preço pequeno a se pagar”.
Ela olhou para ele pensativamente. “E você não se importa que eu não prometa te amar ou obedecer? Que para mim isso seja apenas uma—tática de xadrez?”.
“Não, eu não me importo com isso”, ele mentiu com convicção.
Ela hesitou, então estendeu a mão. “Então vamos selar o acordo; devemos fazer um casamento de conveniência, um casamento no papel, e devemos ser completamente honrados um com o outro desde o começo”.
 “Absolutamente, honestos desde o começo”, Thur concordou, proferindo a mentira com a autoconfiança.
Ele não tinha nenhuma intenção de deixar que esse se tornasse apenas um casamento no papel. Ele sentiu uma leve ponta de culpa por mentir para ela, mas ele a reprimiu. Era quase a verdade.
Por alguma razão ela tinha medo de ficar nas mãos de um homem. Obviamente era falha daquele imbecil do Príncipe Rupert.
Ela precisava aprender que com Thur estaria segura.
A posição de Thur estava clara também; apenas não estava total e completamente declarada. Ele tentaria mudar seu jeito autoritário—ou pelo menos tentar escutar o que ela dizia. Ele protegeria a ela e ao seu filho com sua vida. E ele se casaria com ela.
Ele dificilmente podia reprimir a onda de emoção feroz com o pensamento: sua esposa.
Ele pegou a mão estendida e a agitou. “Mas esse não é o jeito de se selar um trato”, ele disse. “Eu sou um homem de tradição”. E ele a trouxe até seus braços.
Ela enrijeceu cautelosamente e se esticou para ir para longe dele. “O que você está fazendo?”.
“O que você pensa que eu estou fazendo? Seguindo a expressão: selar o trato com um beijo”.
“Mas já apertamos as mãos”.
“Sim, e agora nos beijaremos”. Ele podia apenas tomar o beijo, ele sabia, mas até agora, todos os seus beijos tinham sido de surpresa: roubados. Agora, de repente ele queria um simples beijo honesto dela, um beijo para selar o trato, um beijo que traria uma promessa.
“Nós não precisamos nos beijar”, ela insistiu, sua coluna presa na resistência dos braços que ele tinha deslizado ao redor das costas dela.
Ele ainda tinha a mão direita dela na mão direita dele, o aperto de mão trocado entre eles. Os nós dos dedos dele tocavam os seios dela. Ele achava que ela não tinha notado.
Ele notara. Uma boa parte da atenção dela estava naquele pequeno e provocante pedaço de pano de algodão, com um seio morno e suave embaixo.
Ele trocou sua posição ligeiramente e sentiu as cotas da mão deslizar contra um despertado e intumescido mamilo.
Um calafrio passou por ela com o toque e ela olhou de relance para baixo para suas mãos ligadas. Ela finalmente notou. Os olhos dela escureceram e chamejaram de volta para os dele. Ela umedeceu os lábios.
O corpo dele imediatamente reagiu. Assim como o dela.
Ela se moveu, tentando deixar a mão livre, mas ele não a soltou e o movimento dela fez com que os nós dos dedos dele deslizassem através do mamilo intumescido. Ela ofegou.
“Você está determinado a ter este beijo, não é?”, a respiração dela fez seu seio subir e descer.
“Sim”. O leve e provocante movimento de cada respiração contra a parte de trás da mão dele o deixava louco. Ele lutava para controlar o corpo.
“Por quê? Você concordou que isto seria apenas um casamento no papel”.
“Para o mundo, isso tem que parecer genuíno”, ele a lembrou. “Se nós quisermos que as pessoas ao nosso redor sustentem a nossa mentira contra a petição legal do Conde Anton, precisamos ganhar sua simpatia”.
A sobrancelha dela enrugou enquanto considerava as palavras dele.
“Vai haver muitos comentários por causa da natureza apressada deste casamento. A opinião cairá em dois campos; ou eu te engravidei e estou fazendo o que é certo com uma mulher honesta, ou estamos tão loucamente apaixonados que não podemos esperar. De qualquer modo seremos considerados como um casal amoroso, e o mundo adora amantes”.
O corpo dela se suavizou inconscientemente contra o dele enquanto ela aceitava a verdade da interpretação dele. Ele continuou, “porém, uma vez que as notícias da petição do Conde Anton de ter o seu filho de volta se tornem públicas—e elas serão—as pessoas com mente mais esperta da elite se perguntarão sobre este casamento súbito e conveniente. Então devemos convencê-los—todos eles—e estou falando de Tia Maude, e meus amigos, e todo mundo—que isto é real e que estamos apaixonados. Amantes sob ameaças são ainda mais românticos. O conde Anton não terá chance”.
“Seu irmão sabe que é falso”.
“Nash é um diplomata. Ele sabe manter a boca fechada”, Thur disse, desejando que isto fosse verdade. Ele mal conhecia o irmão mas geralmente ele era bom para avaliar o caráter das pessoas. Apesar de sua história amarga, Nash como um adulto o tinha surpreendido.
Ela mordeu o lábio e ele tentou não gemer. Ela disse, “então nós precisamos fingir que somos apaixonados?”.
“Acho que seja uma boa ideia”, Thur disse com voz imparcial. Seu corpo estava aflito e dolorido com desejo.
“E nós começamos agora? Com um beijo? Para selar o trato?”.
“Sim, isso vai nos ajudar a entrar no clima da situação”, Thur disse, pasmo como sua voz soava desinteressada. Agora! Seu corpo estava caladamente rugindo. Tome-a agora!
Ela tragou. “Muito bem”. Ela lambeu os lábios e ficou na ponta dos pés. Thur abaixou a cabeça para encontrar a dela, mas a custa de cada fragmento de seu corpo sob seu comando, não tomou os lábios dela; ele queria que ela viesse até ele.
Ela hesitou, a boca a poucos centímetros da dele. Ele podia sentir a respiração suave dela em sua pele; ela estava arfando suavemente. Ela olhou nos olhos dele, procurando, perguntando-se, incerta. Ela estava excitada, ele podia sentir, cheirar, mas ela não mostrava nenhuma consciência disto.
Ela apertou os lábios ligeiramente contra os dele e foi para trás, observando a reação dele. Ele não se moveu, não a soltou, apenas esperava. E tentava se lembrar de respirar.
Ela tocou os lábios nos dele novamente, e dessa vez ela não foi para longe. Ele sentiu o toque sutil da língua dela e abriu os lábios para ela. Ela ainda não estava pronta para ir além e não entendeu o convite mudo dele mas ela o beijou firme, apertando os lábios com a boca aberta contra a dele, boca com boca, respiração com respiração. E corpo com corpo.
Era o suficiente. Era mais do que suficiente considerando que ele não poderia tê-la aqui e agora.
Os nós dos dedos dele estavam presos e apertados contra os seios dela. Ele a beijou de volta, forçando-se a tomar controle da situação. Eles se moveram ligeiramente de um lado para outro contra o mamilo firme dela e ela estremeceu, recuou e foi para trás.
Ele imediatamente a soltou. Ela cambaleou e ele a pegou pela cintura e segurou.
Ela olhava fixamente para ele com os olhos arregalados. Parecia chocada e à beira do pânico.
“Então é isso”, ele disse com a voz mais seca e enfadonha possível. “O trato está feito. Nós faremos um casamento conveniente e nosso melhor para enganar a  elite para que eles acreditem que somos amantes”.
A resposta mundana dele visivelmente a tinha acalmado. Sim, era isso que a assustava, ele pensou. Paixão. O príncipe Rupert deveria ter sido realmente um tolo desajeitado para tratar este tesouro de mulher tão negligentemente.
Thur não era tolo. Ele sabia que ela era um presente inestimável quando a tinha tirado do topo do precipício. E ele iria cuidar dela com todo o cuidado possível.
Uma vez que ela fosse sua, ele a seduziria com todo pequeno fragmento de poder que tivesse. Ele faria de tudo para queimar a maldita certidão de casamento com as chamas da paixão e o forjaria, tornando-o algo precioso e duradouro.
Ele tinha que ensiná-la a amá-lo.

Porque, Deus o ajudasse, ele a amava.

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