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terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Cap 6 "The End"


Capitulo Seis

 E todos os dias passavam igual, o frio chegava e iam cada vez menos pessoas para o colégio. Lua tinha a aula vaga, desenhava encostada na parede, estava em seu canto tentando fugir do frio. Respirava o ar gelado e sentia seus dedos da mão congelarem então guardou seu lápis e o papel e colocou as mãos no bolso da blusa buscando aquecer, encostou a cabeça na parede e fechou os olhos. Nunca faltava no colégio, porém por esses dias estava morrendo de vontade de faltar, ainda mais quando sabia que ele estava a poucos metros dali a observando. Ele saia todos os dias da sua sala que também havia apenas meia dúzia de alunos e ficava em baixo de uma arvore um pouco distante dela, ele ficava a observando e não parava, o que fazia ela sentir um arrepio estranho, quando ela o olhava nem isso o fazia parar, os dois ficavam se olhando até ela sentir o frio a incomodar e se encolher desviando o olhar. Olhou para o outro ponto do colégio e viu um menino do primeiro a encarando, ele sorriu e ela devolveu desviando o olhar e voltando a fechar os olhos. Estava tudo tão diferente, o silêncio, as arvores não dançavam com o vento, era um dia triste. Podia ver as nuvens cada vez mais escuras e úmidas e então o sinal tocou, ela abriu os olhos que foi direto para ele, agora ele a olhava com os olhos em um tom claro, parecia ser inofensivo. Sua boca secou e ela molhou os lábios, viu o olhar dele parar em sua boca então acordou, o que estava fazendo era errado, se levantou mais quase caiu quando bateu contra outro corpo.

- Desculpa. – Ela se ajeitou e olhou o menino.
- Não foi nada. – Disse. – Licença. – Foi saindo mais ele segurou seu braço, ela o olhou.
- Sou Paulo. – Disse. Lua olhou para o menino e depois Arthur que a encarava com um sorriso maroto.
- E eu estou atrasada. – Se soltou e saiu andando pra sua sala. Só o que faltava Arthur começar a colocar os outros para importuna-la. Bufou e ficou na sua sala, pelo menos lá era quente.

...

 Fugia da chuva enquanto ia embora, estava encharcada e provavelmente pegaria uma gripe, olhou aquele atalho e suspirou, ele não faria nada a ela. Correu até lá, quando virou e bateu nas costas de outra pessoa, bufou, provavelmente era ele e hoje não era seu dia de sorte.

- Merda o que deu em vocês hoje pra quase me derrubar. – Ela reclamou tirando o cabelo do rosto.
- Não temos culpa se você é lerda. – O menino foi grosso.
- Se me da licença. – A menina estava pingando, seu lápis de olho escorria pelo seu rosto e seu cabelo escorrido.
- Meu Deus, esta querendo assustar quem? – Ele riu debochado.
- Assustei você? – Perguntou sorrindo de lado e saindo apressada dali, não vendo que o garoto a encarava sorrindo.

...

 Sábado, temperatura media. Um frio gostoso, Lua andava pela rua, voltava da casa de uma amiga de sua mãe. Estava passando e olhou o atalho, Viu Arthur saindo de sua casa e entrando no meio das arvores que havia ali, era um mini bosque. Sua curiosidade foi maior que o medo e então entrou ali, não ouvia nada além das arvores balançando. Até que ela passa por baixo de um galho e quando volta com a postura reta e olha para frente lá estava ele, a olhando morando uma faca na sua direção, seu coração gelou, viu ele jogar e fechou os olhos, passou uns segundos e nada sentiu, então abriu os olhos lentamente vendo ele sorrindo debochado balançado a cabeça negativamente, ela olhou para trás vendo a faca na arvore, bem em cima de um X vermelho.

- O que faz aqui? – Ele foi em sua direção pegando a faca.
- Eu... – Pensou. – Não sei.
- Esqueceu-se de inventar uma desculpa, limpava a faca com um pano.
- E você?
- Só brincando. – Mirou a faca novamente mais ela saiu da frente, ele sorriu de lado e desviou a mira tacando bem a arvore ao lado dela que deu um pulo assustada.
- Da pra parar de mirar em mim? – Ele viu a palidez da menina e tirou outra faca do bolso rapidamente mirando de novo perto dela que deu mais um pulo. – Você não vai parar não é mesmo?
- Não. – Foi em sua direção, ficou com seus rostos próximos, mais ele apenas pegou as facas e se afastou, agora ela foi atrás, para não servir de mira. – Não vai ir embora?
- Não. – Deu de ombros.
- Gostou de ser mira?
- Não. – O olhou. – Como você consegue acertar todas?
- Pratica. – Deu de ombros.
- Pode me ensinar?
- Pra você usar meus truques contra mim mesmo? – Ele a olhou.
- Por que? Esta com medo? – Ela sorriu e ele a puxou ficando atrás dela que engoliu o seco. Sentiu ele passar uma faca para sua mão, ela sentia a respiração dele contra seu pescoço, ele segurou em sua barriga e com a outra mão guiou o braço dela.
- Olhe bem para o ponto vermelho. – Falou no ouvido dela que estremeceu. – Se concentra. – Ele soltou seu braço e ela tacou, acertando abaixo do ponto ele se afastou sorrindo debochado e ela se virou o olhando.
- Posso fazer melhor. – Ela disse, ele ia mirar a faca na arvore mais ela segurou seu braço, deslizou suas pequenas mãos pelo braço dele ate tirar a faca de seus dedos, ela se virou e suspirou. – Me ajuda? – Ele novamente a segurou por trás colocando sua mão na altura certa. Soltou seu braço e ela tacou, agora atingindo bem ao lado da mira. Ela sorriu satisfeita e ele pegou o braço dela o abaixando, ela sentiu os lábios dele em seu ombro e gelou, as mãos dele subiu para seus seios e então ela se afastou. – Eu preciso ir agora. – Ela disse e saiu dali apressada, quando estava quase saindo ouviu um barulho e então saiu correndo. Ela não sabia o que era aquilo. Quando esta com ele um lado pede pra correr e outro para ficar, ela literalmente não devia sentir isso.

 Chegou em sua casa e subiu pro quarto, olhou todos os desenhos da parede e suspirou, ela só podia estar ficando doente. Jogou-se na cama e então sentiu o arrepio onde ele havia beijado no ombro. Fechou os olhos e a sensação de ele a abraçando voltou, se arrepiou e sentiu um frio gelado. Era uma coisa boa e ruim de se sentir.


Continua...

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