(Gif nada vê com o cap, mais é legal ver o Chay caindo auhsuahush)
Parte 1
Lua desceu os degraus, abotoando as luvas. No corredor estava sua mala de
viagem manchada pelo sal, muito mais leve que antes. Como ela temia, a água do
mar tinha arruinado muitas de suas roupas, encolhendo alguns artigos de vestuário
e fazendo a tinta de uma pequena blusa vermelha escorrer, manchando tudo o que tinha
tocado.
“Nicky”, ela chamou de volta para os degraus acima. “Se apresse. O Sr. Aguiar
estará esperando”.
Enquanto ela falava, Arthur andou no corredor. Ele olhou para cima. Ela
congelou, parecendo imediatamente tímida. Ridículo, ela brigou consigo mesma
silenciosamente. Como se ela não tivesse descido escadarias mais de uma centena
vezes—com centenas de pessoas observando-a. Ela estava acostumada às pessoas observando
todos os seus movimentos, extremamente avaliativos. Normalmente achando-a
carente de algo.
Isso era um problema. Ele não a estava observando criticamente, não mesmo,
embora ela estivesse usando o velho capote de viagem da tia-avó dele, e tivesse
feito a bainha apressadamente. A Sra. Barrow tinha ajustado-a para nela. Ela
também tinha dado a Lua um dos velhos chapéus da senhora, um preto com várias flores
púrpuras, exatamente como uma viúva.
Ela se forçou a mover, fingindo abotoar as luvas novamente para que assim
ela não tivesse que encontrar os olhos dele e ver o calor que havia lá.
“Nicky!”, ela chamou novamente.
“Ele já está aqui embaixo”, Arthur disse. “Na cozinha, dizendo adeus ao
Barrow e a Jim. E se entupindo de tortas, devo dizer. A Sra. Barrow fez um lote
fresco”.
Lua concordou com a cabeça. Aquela voz profunda. Até quando ele articulava as
coisas mais mundanas, fazia-a tremer por dentro. Ela tinha achado a oferta dele
de protegê-la muito… atraente. Se a situação tivesse sido diferente, ela
poderia ter ficado tentada a arriscar.
Ele avançou um passo e ofereceu a mão para ajudá-la a descer os últimos
poucos degraus, como se ela fosse frágil. Ela não era, nem um pouco, mas
permitiu que ele levasse a mão enluvada dela dentro de seu antebraço. Ao mesmo
tempo Nicky e seu amigo, Jim, entraram no corredor, seguidos por Barrow.
“Aqui, rapaz, volte aqui”, a Sra. Barrow disse, e com uma mão rápida pegou Nicky
pelo colarinho e o puxou de volta. “Eu não vou deixar nenhum menino sair da minha
cozinha como se tivesse saído de um chiqueiro!”, com um pano úmido ela esfregou
as manchas de geleia do rosto dele, enquanto Jim, percebia imediatamente seu futuro
e às pressas esfregava a própria boca com a manga da camisa.
Nicky se submetia ao lenço com um olhar perplexo para a mãe. Ele nunca tinha
sido tão sumariamente maltratado na vida, mas pela face dele, não parecia se
importar. Talvez ele apreciasse ser tratado como um menino ordinário, em vez de
um príncipe.
Ela gostava destas pessoas. Tinham sido muito bons para ela e Nicky, mas
ela não podia dizer a verdade a eles. Se eles tivessem qualquer ideia de quem
ela e Nicky eram, seria muito difícil que não falassem nada, e qualquer
conversa traria as pessoas erradas até a porta deles.
Lua nunca se perdoaria se algum deles fosse ferido—ou que acontecesse coisa
pior—somente por terem oferecido ajuda a ela e ao filho.
Eles trocaram suas despedidas e Lua reiterou seu agradecimento e ajuda. Mas
da mesma maneira que eles giraram em direção à porta da frente, havia uma
comoção alta do lado de fora—batidas de cascos, dúzias delas—como se um pequeno
exército tivesse chegado.
Conde Anton! Lua agarrou Nicky.
“É Harry. Ele chegou cedo”, disse Arthur e antes que Lua pudesse adverti-lo,
ele abriu a porta da frente. Para o assombro dela, em vez dos assassinos de
libré do Conde Anton, quase uma dúzia de cavalos passou pelo portão dianteiro e
circularam ao redor da porta da frente.
Havia três cavalariços, cada um guiando dois ou três cavalos se cavaleiros.
Um homem moreno e de cabeludos escuros, montava um cavalo de aparência poderosa
e parecia estar no comando. Esse era Harry? Ela se perguntou.
“Bom dia para você, Capitão Aguiar, senhor, e onde eu poderia colocar essas
belezas?”, ele gritou com um forte sotaque irlandês.
“Bom Deus, é o sargento Suede!”, Arthur
exclamou. “Através do arco, Suede”, ele gritou. “Você vai achar os estábulos
sem dificuldade”.
“Eu irei ver pelo senhor, Sr. Thur”, Barrow disse. “Que belo grupo de
cavalos! Bom dia para você, Chay”, ele disse a Suede.
O rosto do homem moreno se dividiu em um sorriso. “Barrow, certo? Eu não sabia
que você estaria aqui. Provavelmente é a semana da reunião dos antigos! Você
cuidará bem desses animais encantadores, eu sei”. Suede desmontou e lançou uma
das rédeas para um dos cavalariços. “Certo, meninos, levem-nos e os ajeitem—o
Sr. Barrow está no comando. Eu trocarei uma palavra com o capitão aqui”.
O rebanho de jovens animais, principalmente éguas, passou em torno da casa
e desapareceu através do arco do pátio. Ao mesmo tempo Barrow apareceu vindo da
cozinha, o atalho para o pátio, seguido por Nicky e Jim.
O Sr. Chay Suede subiu os degraus e os dois homens apertaram as mãos. Um
homem com não mais do que estatura média, um irlandês atarracado e poderoso. Ele
andava de um jeito que era muito familiar a Lua: o jeito de um homem que
praticamente nasceu sobre um cavalo. Sua aparência firme contrastava com o
rosto e corpo de pugilista, apesar de que estivesse usando traje de montaria,
era nitidamente cheio de estilo, com botas pretas
brilhantes, um tecido elegante no pescoço, e um casaco bem cortado de um azul
escuro extrafino.
“De onde você brotou, Suede?”, Arthur exclamou. “A última vez que eu te vi,
você estava em Salamanca, sangrando por todo o uniforme como um porco estripado”.
“Seu irmão se chocou comigo, ao redor de Tattersalls”. Ele agitou a cabeça.
“Ultimamente não ‘tô’ com muita sorte, senhor. Nenhum cavalheiro de Londres
quer um velho cavaleiro irlandês; velhos soldados não valem nada. Mas seu irmão
pareceu pensar que eu poderia ser útil para o novo esquema de vocês, então ele
me designou para ser o treinador de cavalos dele”.
“Espero que sim!”, Thur deu umas palmadas no ombro dele. “Quando eles virem
o mago que você é com os cavalos, eles tentarão te roubar de Harry”.
“Bem, ‘alvez’ eles percebam que eu não ‘ser’ um homem tão fácil de roubar”,
Suede disse. “Agora, você quer dar um olhar naqueles cavalos, Capitão?”.
Thur olhou de relance para Lua. “Suede, esta é a Sra. Prinny, que, com seu
filho, têm sido meus convidados. Vou escoltar a Sra. Prinny até próximo da casa
de sua amiga em Lulworth, então não tenho tempo de olhar os cavalos até meu
retorno”.
“Lulworth é?”, Suede disse depois que eles trocaram saudações. “Você se
importaria se eu fosse com você, então? Eu ouvi dizer que um estábulo próximo a
Lulworth tem um garanhão que pode estar à venda, e quanto mais rápido sairmos,
melhor”. Para Thur ele acrescentou, “Um cara chamado Blaxland, um diabo nas
mesas tem que ‘vendê’. O boato diz que ele vai vender o Thunderbolt ‘pra’ certo—”
“Thunderbolt! O vencedor da corrida?”.
Suede sorriu amplamente. “Sim, esse mesmo. Harry e eu queremos fazer uma
oferta a Blaxland”.
As sobrancelhas de Arthur se arquearam. “Harry e você?”.
O irlandês movimentou a cabeça. “Eu tenho algum dinheiro guardado, poucas
economias. E estou procurando um investimento para me manter na minha velhice”.
Ele se moveu inconfortável. “Eu não seria apenas um treinador de cavalos mas também
um sócio menor—isso se o senhor concordar”. Ele olhou para o homem mais jovem
duvidosamente. Havia diferença de classe e de idade aqui, Lua podia perceber.
Arthur encolheu os ombros. “É o sonho e o esquema de Harry, então Harry é
quem pode dizer. Mas por mim, digo que você é bem-vindo, Suede. Um homem com os
seus talentos é uma aquisição valiosa. Você não é nenhum preguiçoso e é um
homem honrado. Nós trabalharemos bem juntos”.
O rosto do irlandês se iluminou. “Isto é o principal, senhor. Harry disse
que você não se importaria, mas eu não tinha certeza. Eu quero dizer, você é
filho do lorde, e eu sou apenas um pobre irlandês—”
“—Que é um gênio com cavalos”, Arthur terminou. “Agora, eu prefiro não
manter a Sra. Prinny de pé esperado muito mais, então—”
“Estou muito certa de que sou capaz de ficar de pé um pouco mais”, Lua
interpôs. “Certamente posso ficar por tempo suficiente para que o Sr. Suede possa
se refrescar depois de sua jornada. E posso ver que você está doido para ver
aqueles cavalos que ele trouxe, então devemos adiar minha partida em uma ou duas
horas, certo?”.
“Isso é muita consideração de sua parte, madame”, Suede disse. “Obrigado
pela gentileza. Eu verei se as éguas ‘tão’ bem e então me lavarei e arrumarei o
cabelo. E ‘alvez’ beber uma rápida xícara de chá”. Ele se curvou e saiu apressado.
Arthur pegou a mão enluvada de Lua. “Obrigado”, ele disse com voz baixa, ergueu
a mão dela e a beijou. “Nós partiremos para Lulworth em uma hora então”.
Ela corou enquanto o via subir os degraus, dois de cada vez. Mesmo através
da luva, ela ainda podia sentir o beijo dele.


Vic Vic Vc sempre foda nas webs en. ..
ResponderExcluirPosta logo mais, louca pra ler...
Millý Marques
Vic Vic Vc sempre foda nas webs en. ..
ResponderExcluirPosta logo mais, louca pra ler...
Millý Marques