6 Capítulo - Fix a heart

Capitulo Seis

- Pov Lua

- Hoje é o showzinho dos meninos no bar. – Mel comentou. Já começamos o dia falando deles, não é possível.

- Show? – Freddie perguntou. Estávamos sentados em uma rodinha, a aula começava em 10 minutos. 

- É, ele vão se apresentar num barzinho. – Sophia sorriu. - Vocês não querem ir?

- Deve ser maneiro. – Harry sorriu e Sophia assentiu.

- Não sei se vou... – comentei vagamente.

- Sério Lua? Sério? – Mel revirou os olhos – Eles são nossos amigos, ex namorados à parte.

- é, vai ser legal, pô. – James sorriu.

- Vou pensar. – Fiz uma careta.

- Ela vai. – Mel balançou as mãos . – Então, vamos nos shopping, quero comprar uma roupa descente pra ir.

- Você usa alguma roupa descente por acaso? – Sophia a olhou e eu ri alto.

- Uso tá? – Mel fingiu chorar e eu balancei a cabeça rindo.

- Também vou no shopping.

- Se você for, vai ter que ir pro bar. – Mel me olhou. Revirei os olhos.

- Tá, tá. - Fiz pouco caso e ela bateu palmas. – Boba.

Pov Arthur

Não fomos ao colégio, estamos ensaiando desde umas oito horas. Os meninos aprovaram a música nova, e bom, Chay e Micael ficaram me zoando, mas deixa pra lá.

- Caraca, a gente vai arrasar! – Chay quase gritou. Estávamos dando uma paradinha pra comer alguma coisa. 

- Estou nervoso. – Micael fez uma careta.

- Deixa chegar na hora, você vai vomitar. – Pedro riu.

- Nem fala isso, cara. – continuou fazendo careta e eu ri.

- Vai ter uma surpresinha pra vocês, nem me perguntem o que é. – Chay sorriu.

- O que é? – perguntando em uníssono e rimos. Chay revirou os olhos.

- Não vou nem falar nada.

- Ok. Espero que não seja nada que estrague nosso show. – O olhei ameaçador.

- Que nada, só vai deixar nosso show melhor. Pode confiar. – sorriu e dei um pulo do sofá. – Celular vibrou. – pegou o aparelho e sorriu.

- Hum, Sophia? – Micael fez uma cara safada e ridícula e eu ri.

- Sim. Mas não é nada que vocês estão pensando, é outra coisa. – Chay armou logo sua defesa e nós três rimos e ele fez uma cara de estou-muito-bolado. 

- Ok, eu acredito. – Fiz positivo como polegar. – Então, ensaio? 

- Claro! – Pedro respondeu e balançou as baquetas indo para a bateria. 

E lá vamos nós.

Pov Lua

- Lua meu Deus, olha aquela perfeição! – Mel quase berrou no meio do shopping e saiu correndo pra dentro da loja. Viemos aqui depois de almoçarmos juntas lá em casa. Emprestei uma roupa minha pra Sophia. Oh Deus, ficou linda com minha blusa do Lennon. 

- Mel, espera! – Sophia foi atrás dela. Revirei os olhos. Shopping não é pra mim. Shopping com duas malucas não é mesmo pra mim. Fui andando calmamente atrás delas até Sophia quase arrancar meu braço e me puxar pra dentro da loja. Essas me matam de vergonha.

- Logo avisando que eu não vou pra nenhum baile de formatura e posso muito bem ir vestida normalmente e sem nenhum vestido cheio de frescura. – falei assim que entrei na loja, sem perceber que aquela era uma loja de vestidos e roupas mais chiques – e desnecessárias. Ok, eu mesmo me mato de vergonha. Sai da loja rapidamente e Sophia veio rindo atrás de mim.

- Ok. – riu – Deixa a Mel escolhendo o vestido cheio de frescura dela e vamos ali ver umas roupas mais normais. – Andamos de braços dados e entramos numa loja. Roupas normais, obrigada senhor. 

Eu e Sophia nos apaixonamos pelo mesmo sapato. No “pedra, papel e tesoura”, eu acabei ganhando, sou muito inteligente. Mentira foi sorte. Sophia ficou bolada até achar outro sapato. Mas por esse, só ela se apaixonou. Amém. 

Encontramos Mel na praça de alimentação. Todas com sacolas nas mãos, parecendo umas patricinhas que compram tudo que vêem pela frente. Rimos disso. Era raro irmos ao shopping, quando íamos, comprávamos muito. Normal.

(...)

- Lua. – Mel me chamou quando saiu do meu banheiro. Folgada? Nem um pouco. 

- Sim... – olhei pra trás. – Que linda! – sorri. Eu confesso, Mel ficou linda em seu vestido verde. Toda perfeitinha. Nem parece a moleca retardada que eu conheço.

- Sério? – Deu uma voltinha e eu assenti. – Ai, obrigada. – fez uma cara fofa. – Agora é sua vez, vai logo que depois vou arrumar seu cabelo. Ainda temos que buscar Sophia.

- Ok, mandona. – Peguei minhas coisas e fui pro banheiro, deixando Mel se maquiando. Não estava nem tarde nem cedo. Acho que chegaríamos no horário. Meu pai iria buscar Sophia e também nos levaria lá. Eu preciso de um carro. Urgentemente, sério.

Tomei meu banho relaxante, lavei os cabelos e também me depilei. Sai do banho, me sequei e coloquei uma toalha na cabeça. Vesti meu short de jeans falso e minha blusa cinza linda. Na blusa, havia alguns desenhos ou frases incompreensíveis em vermelho. Assim como no sapato. Eu gostei.

Mel secou e pranchou meu cabelo – depois de muita discussão – mas até que eu gostei. 

A deixei que me maquiasse e fiquei com um pouco de medo, mas também gostei do resultado. Sombra não tão escura e boca marcada. Mel sabe das coisas, então eu nem discuti. 

Finalmente fomos embora. Mandei uma mensagem pra James avisando que já estava na hora, e ele respondeu que já estava indo. Agora é só relaxar.

Pov Arthur

- Você estava certo Pedro. – Micael arregalou os olhos - Eu vou vomitar. – Saiu correndo. Revirei os olhos.

- As meninas chegaram. – Chay chegou perto de nós. Estávamos atrás do palco improvisado. Fui lá na frente rapidinho e vi Lua, Sophia e Mel sentadas conversando. Sorri. Desmanchei o sorriso quando vi James e os outros patetas sentando na mesa delas. Quem convidou?

- Cadê o Micael? – Chay me perguntou e eu voltei a olhar pra trás.

- Vomitando. – respondi e Chay fez uma careta.

- Entramos em dez minutos. – avisou. Eu assenti.

- Espero que passe logo quero começar. – Pedro esfregou as mãos.

- Eu também. – Lembre de Lua – Mas estou nervoso.

- Relaxa. Vamos arrasar. – Chay colocou a mão em meu ombro.

- Diz isso a ele. – Apontei pra Micael.

- Acho que vou morrer. 

- Deixa de ser desesperado, menino. – Mel apareceu ali do nada. Me assustei. – E ai, preparados?

- Sim. – Respondi. – Não. – abaixei a cabeça e ela riu. – Ér... – fiquei sem jeito – Cadê a Lua? – Mel me olhou com os olhos arregalados. Acho que estava surpresa por eu ter perguntado por Lua.

- Está... lá na mesa. – Respondeu me olhando desconfiada. Desconfiada de quê meo? Não sou um monstro. Eu acho.

- Cinco minutos. – Chay disse. Micael fez uma cara assustada e Mel riu.

- Eu vou indo. Arrasem. – saiu. 

- É agora. – sorri. Pedro balançou as baquetas. Chay foi atrás da sua guitarra e Micael deu uns últimos ajustes no baixo. 

Estava ansioso e com um pouco de medo da reação de Lua, eu confesso. Será que ela ia se ligar que eu tinha escrito aquela música pra ela? Obvio que sim, Lua não é burra.

Agora eu estou com mais medo ainda. Imagina se ela der a louca no meio do bar? Ai meu Deus.

- Vamos lá. – Chay disse me fazendo deixar os pensamente de lado. 

“E agora, com você, McFly!” – ouvi o tio Alan – dono do bar – dizer. Nós entramos no palco e fomos recebidos com aplausos. Ótimo, a primeira impressão foi boa. Vamos a segunda. 

Começamos a tocar os primeiros acordes de Five Colours In Her Hair. Não tinha mais volta.

Pov Lua

- Eles mandam bem. – James me disse e eu assenti. Estava cantando algumas partes da música, que eu e Mel conhecíamos. Olhei pra Sophia que sorria feito uma retardada olhando pra Chay. Revirei os olhos. Eu ficava bem assim nos ensaios nos quais eu ia. Uma retardada. Vendo Sophia percebi o quão isso é ridículo. Apaixonadinha. Eca.

- Arthur perguntou por você. – Mel me disse e eu a olhei.

- Sério? – ri e ela assentiu. Escondi a surpresa. Voltei a prestar atenção na música. Arthur me olhou e então eu virei o rosto. Não por desprezo, mas por medo de encará-lo. Era estranho.

- O Chay disse que tem surpresa. – Mel sorriu e olhou cúmplice pra Sophia Epa epa epa, o que foi isso?

- Que surpresa? – perguntei semicerrando os olhos.

- Eu não sei ora. – Mel deu de ombros.

- Aham. – respondi desconfiada e elas riram. 

Começaram a tocar Get Over You e eu sorri. Gostava daquela música. 

Tocaram I’ve Got You – outra música que gostava - depois de Get Over You. Mel ficou toda feliz e Sophia sorriu sem parar. Eu fiquei com uma cara de “o que estão aprontando?” Como se elas fossem me dizer alguma coisa.

- Então. – Ouvi a voz de Chay e olhei pra frente. – Somos McFly galera! Estão curtindo? – Algumas palmas, gritinhos e ‘sim’ surgiram, e ele sorriu. – Pois vai melhorar. – sorriu.

- Surpresa agora? – perguntei, as meninas deram de ombros fingindo não saber. Acham que sou uma idiota. Hunf.

- Tem uma pessoa sentada numa dessas mesas, que é completamente incrível, mas não sabe. – começou a falar e eu a prestar atenção. – Tão débil – revirou os olhos – mas hoje, ela vai se libertar. – riu com o próprio comentário – ou melhor, vai mostrar pra todo mundo o talento que tem. Querendo ela ou não. – levantou o dedo indicador. Não sei por que, mas fiquei com medo. Arthur, Pedro e Micael estavam com caras confusas. – Pode vir subindo aqui, Lua Blanco! – Me olhou. Arregalei os olhos. Mel e Sophia bateram palmas. – Vem logo aqui Luinha! – chamou novamente. Os outros três garotos no palco estavam surpresos – essa era a idéia – e eu estava com ódio de Chay.

- Vai logo Lua! - Mel incentivou. Neguei com a cabeça.

- Lua, Lua... – Chay puxou e logo muita gente estava gritando meu nome. Escondi o rosto.

- Vai amiga, deixa de ser boba! – Sophia me empurrou pelos ombros.

- Vem cá gostosa! – Chay riu. Me levantei – Isso! – quase gritou. Cheguei no palco e subi, olhando pra todos ali. Dei uma leve olhada pra trás. Arthur me olhava sorrindo. Chay tirou a guitarra dos ombros de Arthur que ficou sem entender nada. – Toma. – me estendeu. Ele é maluco?

- Pega menina! – insistiu. Olhei pra Arthur e peguei a guitarra. – Vamos descer. – desceu do palco sendo seguido pelos outros três. Mas o que?

Olhei pra frente, todos me encarando.

- Eu vou te matar. – Falei olhando pra Chay. As pessoas riram. – Eu não faço a mínima idéia do que eu estou fazendo aqui.

- Canta Lua! – Ouvi Mel gritar e a fuzilei com o olhar. – Canta, canta. 

- Eu não posso fazer isso. – Ia sair do palco.

- Não, não não não! – Chay subiu. – Eu toco com você. Aquela que você estava tocando naquele dia. Eu disse pra ensaiar, lembra? – Sorriu. 

- Não, Chay, eu não consigo fazer isso. – mordi a boca e olhei para a ‘platéia’ ou especificamente para Arthur, que sorria. Eu não sabia se ele sorria por eu estar ali derrotada, ou se me apoiava. O vi juntar as sobrancelhas e assentir. Ok era apoio. Oh meu Deus, ele estava me apoiando, é isso mesmo?

- Luinha, não faz a louca. – Chay sorriu – Vamos lá vai.

- Chay... – olhei para Mel e Sophia. Elas sorriam assentindo. Suspirei. – Ok. 

- Yeeeeeeees! – Chay quase gritou, fazendo as pessoas rirem. Posicionei a guitarra de Arthur – e me senti estranha com isso – e o olhei. Mordi a boca. Música depressiva, ai vamos nós.

Toquei o primeiro acorde sem olhar para frente e comecei a cantar de olhos fechados. Estava insegura, tanto por estar na frente de todo mundo, quanto por estar tocando com a guitarra de Arthur. Ah, também estava surpresa por ele ter permitido isso.

Did you forget that I was even alive?

(Você se esqueceu que eu ainda estava viva?)

Did you forget everything we ever had?

(Você se esqueceu de tudo que tínhamos?)

Did you forget, did you forget about me?

(Você se esqueceu, você se esqueceu de mim?)

Olhei pra Arthur, sua expressão de tristeza, eu acho. Sobrancelhas juntas e olhar pesado. Culpa.

Did you regret ever standing by my side?

(Você se arrependeu de ter estado ao meu lado?)

Did you forget what we were feeling inside?

(Você se esqueceu do que sentíamos por dentro)

Now I'm left, to forget, about us.

(Agora só me resta, esquecer, de nós.)

Tentei não encará-lo, mas era impossível. Direcionei meu olhar a ele e fiquei o encarando enquanto cantava. Não foi diferente com ele, já que me olhava intensamente e não desviou o olhar hora alguma.

Chay me acompanhou o tempo todo, não como ele sabia as notas, duvido que não tenha dedo das meninas nisso. Chegou minha parte preferida na música e eu não tive mais medo de tocar. As pessoas aplaudiram quando comecei, não pude deixar de sorrir. Fechei os olhos e deixei todos os meus sentimentos fluírem.

Somewhere we went wrong

(Mas em alguém lugar nós erramos)

We were once so strong

(Nós éramos tão fortes)

Our love is like a song

(Nosso amor é como uma música)

You can't forget it at all.

(Você não pode esquecer isso, de jeito nenhum)

Parei de tocar e abri os olhos, ainda olhando pra Arthur, ele mordia a boca e me encarava também. Era uma situação um pouco tensa, mas... Boa.

And at last, all the pictures have been burned

(E finalmente, todas as fotos foram queimadas)

And all the past, is just a lesson that we've learned

(E todo o passado, é apenas uma lição que aprendemos) 

I won't forget it, please don't forget... us

(Eu não vou esquecê-lo, por favor não esqueça... de nós)

Somewhere we went wrong 

(Mas em algum lugar nós erramos)

Our love is like a song

(Nosso amor é como uma música)

But you won't sing along

(Mas você não quer mais cantar junto)

You've forgotten... about... us 

(Você se esqueceu… de …. Nós)

Cantei a ultima parte de olhos fechados. Os abri e fui aplaudida – fiquei emocionada, não só por isso, diga-se de passagem – olhei pra Mel e ela chorava, Sophia também. Chay me abraçou. “Linda” sussurrou no meu ouvido. Eu o abracei de volta.

Pov Arthur

Meu. Deus. Que coisa mais... perfeita. Lua é perfeita. 

Eu realmente sou um idiota.

Não consegui para de olhá-la. Nem quando ela desceu do palco, e eu tive que voltar. Mas antes, Lua me devolveu minha guitarra. Respirei fundo para não agarrá-la ali mesmo e voltei pro palco junto com os caras.

- Bom, depois de uma coisa linda dessa. – Chay sorriu e eu olhei pra Lua – Vamos tocar uma música novinha em folha. Prontas meninas? – Fez voz de gay e nos olhou, rindo. Olhei pra Lua novamente, ela gargalhava. Eu tenho que beijar essa boca de novo. – Com vocês, Lonely! – Gritou e tocou o primeiro acorde. Agora era minha vez.

Fixei meu olhar em Lua antes de começar a cantar. Precisava olhar pra ela. Queria que ela soubesse.

It's only been a day

(Só se passou um dia)

But it's like I can't go on

(Mas parece que não consigo seguir em frente)

I just wanna say

(Eu só quero dizer)

I never meant to do you wrong

(Que eu nunca quis te fazer mal)

Lua me olhava com uma expressão duvidosa. Queria poder saber o que ela estava pensando.

Cantava e a olhava, tentando procurar alguma reação significativa em relação à música. Mas Lua não fazia nada. Ficou o tempo todo parada me olhando, só me olhando.

And now I'm singing such a sad song 

(Agora eu estou cantando uma música tão triste)

This things never seem the last one

(Essas coisas nunca parecem durar)

Something that I never planned, no

(Algo que eu nunca planejei, não)

Help me baby, I'm so sick of being lonely

(Ajude-me, amor, estou tão cansado de estar sozinho)

I'm so lonely, I’m so lonely…

(Estou tão sozinho, estou tão sozinho...)

Cantei o ultimo verso de olhos fechados, e quando os abri, Lua estava em pé, com os olhos brilhando. Não de felicidade, e sim de choro. Ela saiu correndo. Meu Deus, ela saiu correndo mesmo.

- Vai atrás idiota! – Chay gritou. Tirei a guitarra a largando no chão e desci do palco, indo atrás de Lua. Não podia deixá-la ir desse jeito.

Créditos: Keel

Heey amores, desculpa a demoora... Bom, esse é extremamente gigante, por favoor, quero comentários :D